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Santos e São Paulo: os 'primos pobres' dos times paulistas no AP

Times de Macapá em comum com seus inspiradores, só têm os nomes e as cores. 'Peixe da Amazônia' foi eliminado das copas Verde e do Brasil

Por Macapá-AP

Santos e São Paulo: conheça os 'primos pobres' dos times paulistas no Amapá (Foto: Jonhwene Silva/GE-AP)Santos do Amapá foi fundado em 1973 por torcedores do homôonimo paulista (Foto: Jonhwene Silva/GE-AP)

Eles nunca revelaram um Neymar, não possuem nos elencos um Paulo Henrique Ganso, um Rogério Ceni ou um Alexandre Pato, nem nunca disputaram um grande título nacional,  muito menos o expressivo número de seus homônimos. O Santos Futebol Clube e o São Paulo, ambos do Amapá, em comum com 'primos ricos' do estado paulista, têm apenas os nomes e as cores das camisas e o fato de ambos terem sido fundados por torcedores dos respectivos clubes paulistas.

Santos: eliminado no início
Fundado em 11 de maio de 1973, o Santos Esporte Clube do Amapá é o atual campeão amapaense, mas depois do estadual de 2013, empacou, como o ‘primo rico’, que ficou com o vice do Paulistão após perder para o Ituano nos pênaltis. Em 2014, o time amapaense foi eliminado da Copa Verde jogando em casa, no estádio Zerão, em Macapá, no dia 19 de fevereiro ao empatar com o Princesa do Solimões (AM) por 2 a 2 - o time já havia perdido a primeira partida em Manaus (AM).

Lance do segundo tempo entre Santos-AP e América-MG pela Copa do Brasil, no AP (Foto: Gabriel Penha/GE-AP)´Peixe do Amapá' foi eliminado pelo América/MG na estreia da Copa do Brasil (Foto: Gabriel Penha/GE-AP)

Mais recentemente, no dia 2 de abril, o alvinegro amapaense também deu adeus à Copa do Brasil, novamente dentro de casa. Desta vez, perdeu pelo placar de 3 a 0 para o América de Minas Gerais - o placar eliminou a partida de volta. Agora, concentra os esforços para tentar fazer melhor na Série D do Campeonato Brasileiro, competição em que o time amapaense ainda não tem data para estrear

A atual diretoria do Santos assumiu o clube em 2011. Hoje, o Peixe amapaense conta com um Centro de Treinamento na rodovia Duca Serra, Zona Oeste de Macapá, que possui uma estrutura considerada de grande dimensão para os padrões do Amapá. É lá que o treinador Jásson Rodrigues prepara o time para as disputas em campo.

Santos vence Oratório por W.O e decide Sub-20 contra o São José (Foto: Wellington Costa/GE-AP)Luciano Marba (Foto: Wellington Costa/GE-AP)

- Hoje, o Santos possui uma base consolidada. É o único clube do Amapá que participa de todas as competições, independente da ajuda de dinheiro do governo – discursa o presidente Luciano Marba.

Para a temporada 2014, trouxe de volta o urugaio Acosta, que defendeu o clube no título estadual de 2013. O primeiro jogo do atacante seria no dia 2 de abril, na estreia do Santos contra o América (MG) pela Copa do Brasil, mas o atacante se machucou durante os treinos para aquela partida e acabou desfalcando o time amapaense.

Acosta também é dúvida para o Brasileirão Série D. Também não jogou a primeira partida pelo Campeonato Amapaense.

 

Tricolor da Zona Norte de Macapá
O São Paulo Futebol Clube do Amapá é uma homenagem ao Tricolor Paulista. Foi fundado em 3 de fevereiro de 1988. Por sinal, o escudo é o mesmo do time do Sudeste, só acrescentando a sigla ‘AP’.

Santos e São Paulo: conheça os 'primos pobres' dos times paulistas no Amapá (Foto: Jonhwene Silva/GE-AP)São Paulo do Amapá é uma homenagen ao xará famoso (Foto: Jonhwene Silva/GE-AP)

Ao contrário do xará famosp, o ‘Tricolor da Zona Norte’ – apelido recebido por ter começado no bairro Jardim Felicidade, na Zona Norte de Macapá – não possui sede própria nem ao menos um campo para treinar. Para a preparação dos atletas, aluga o CT do Santos do Amapá.

Santos e São Paulo: conheça os 'primos pobres' dos times paulistas no Amapá (Foto: Jonhwene Silva/GE-AP)São Paulo/AP possui jogadores emprestados do
Santos/AP (Foto: Jonhwene Silva/GE-AP)

Aliás, as relações com o ‘Peixe’ do Amapá não param por aí. O Santos também fez o empréstimo e até paga o salário de alguns jogadores do rival. O atacante do tricolor, Luciano Marba Junior, é filho do presidente do Santos.

- Dentro de campo, não tem essa. Eu entro para ganhar – diz o jogador.
O São Paulo do Amapá nunca foi campeão estadual. A melhor campanha foi em 2007, quando chegou ao vice-campeonato. Hoje, a diretoria se reforça para tentar mudar essa realidade, mas o jogo de estreia contra o próprio Santos já pode ter isso um mau presságio: perdeu pelo placar de 1 a 0.

  - Hoje, estamos tentando reformular nosso elenco, montar um grupo com jogadores locais para tentar avançar no campeonato – diz o presidente Adenos de Lima Gameleira.

Preferiu os gramados à vida na empresa
Ambos os clubes não divulgam a média de salário de seus jogadores. Mas especula-se que, no caso do Santos, o uruguaio Acosta receba algo em torno de R$ 50 mil mensais, um contraste, pois alguns jogadores locais estariam ganhando uma média salarial entre R$ 800 e R$ 2 mil, mesmo nível dos são-paulinos.

Santos bate o Macapá (Foto: Gabriel Penha/GE-AP)Atacante Everton: prefeiu o futebol à administração (Foto: Gabriel Penha/GE-AP)

Um desses jogadores é Everton Reis, que foi o artilheiro do Campeonato Amapaense 2013. Aos 32 anos, o atacante foi o artilheiro do ‘Amapazão’ 2013, mas ficou sem clube durante três meses. Foi chamado de volta no início de 2014, para a disputa do estadual.
O atleta cursou graduação em Administração, mas nunca chegou a atuar na área. Conta que optou pelo futebol, mas que no futuro os estudos podem garantir dias melhores.

- Tive a oportunidade de estudar e conciliar a vida de acadêmico com a de jogador. Cursei o ensino superior em administração e só não cheguei a atuar no mercado por conta dos horários de treinamento, que não permitiam a vida profissional em uma empresa. Mas, acredito que quando encerrar a carreira já vou ter uma profissão, aí só vai faltar a experiência, mas isso eu corro atrás – acredita o atacante.

E assim esses atletas sonham com dias melhores no futebol amapaense. No Amapá, Santos e São Paulo não têm o mesmo glamour dos homônimos paulistas. Mas o amor ao futebol, a vontade de vencer e a determinação são as mesmas. E assim os 'primos pobres' continuam escrevendo suas histórias dentro e fora de campo.