16/04/2014 18h13 - Atualizado em 16/04/2014 19h16

Líder do PT diz que renunciar ao mandato seria 'melhor' para Vargas

Vicentinho (PT-SP) negou que PT pretenda expulsar deputado.
Vargas formalizou nesta quarta renúncia da vice-presidência da Casa.

Felipe NériDo G1, em Brasília

O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (PT-SP), afirmou nesta quarta-feira (16) que seria melhor para o deputado André Vargas (PT-PR) renunciar ao mandato parlamentar. Ele é alvo de processo disciplinar no Conselho de Ética da Casa por suspeita de envolvimento com um doleiro preso em operação da Polícia Federal.

Nesta quarta, Vargas formalizou a renúncia do cargo de vice-presidente da Casa, mas não ao mandato de deputado, como havia anunciado que faria.

“A nossa expectativa é que ele [Vargas] renuncie ao mandato – é assim que nós esperamos. Até para não ter que ficar sangrando permanentemente. Acho que a renúncia ao mandato é melhor para ele”, declarou Vicentinho.

Vargas é suspeito de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). O doleiro é suspeito de liderar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 10 bilhões.

No último dia 2, André Vargas chegou a admitir no plenário da Câmara que viajou de maneira "imprudente" em um jatinho fretado por Yousseff, mas negou ilegalidade na relação com Youssef. Três dias depois, a revista "Veja" reproduziu mensagens que ele teria trocado com o doleiro para tratar de um contrato entre uma empresa e o Ministério da Saúde.

Diante da série de denúncias, Vargas passou a sofrer pressão de integrantes do PT para que renuncie ao mandato de deputado. Os petistas temem que a repercussão negativa do caso tenha impacto na imagem do partido e na campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Apesar das pressões internas, o líder do PT na Câmara negou que a sigla pretenda expulsar Vargas. Vicentinho ressaltou que as denúncias contra Vargas estão sendo apuradas pela executiva do partido.

O deputado, que pediu licença de 60 dias do mandato na semana passada, havia dito que renunciaria nesta terça. No entanto, Vargas recuou da decisão depois de saber da intenção do Conselho de Ética de manter o processo disciplinar contra ele.

De acordo com o artigo 55 da Constituição, a renúncia de parlamentar alvo de processo que pode levar à cassação tem os "efeitos suspensos até as deliberações finais" do procedimento aberto. Assim, a renúncia só seria plena após a conclusão do processo no Conselho de Ética.

Demora
Vicentinho também reclamou da demora de Vargas para formalizar o pedido de renúncia ao cargo de vice-presidente da Câmara. Na semana passada, o próprio Vicentinho havia anunciado a decisão do colega de partido de deixar o cargo na Mesa Diretora.

“Claro que era para ter ocorrido no dia que eu li a carta que ele mandou. Demorou, mas aconteceu. Acho que foi um gesto previsto, decidido na coordenação da bancada”, reclamou.

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