A emissão de contratos de "swap cambial" pelo Banco Central, instrumentos que equivalem à venda de dólares no mercado futuro, política que começou neste ano em junho com o objetivo de impedir a disparada da cotação do dólar, gerou prejuízo de R$ 3,89 bilhões para a autoridade monetária de janeiro a agosto de 2013, informou nesta segunda-feira (30) o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel. Se confirmado para todo este ano, será o primeiro prejuízo do BC com estas operações desde 2007 (-R$ 8,8 bilhões).
De acordo com dados do governo, o Banco Central voltou a emitir estes contratos somente em junho deste ano. Até maio, antes da disparada da moeda norte-americana, por conta de mudança de sinalização do Federal Reserve (o BC dos Estados Unidos) sobre a retirada de medidas de estímulos econômicos no país, a autoridade monetária não havia emitido estes contratos.
Em junho, o BC emitiu R$ 40,4 bilhões nestes instrumentos. Em julho e agosto, foram lançados no mercado, respectivamente, mais R$ 20,5 bilhões e R$ 41,75 bilhões em contratos de swap pelo BC. No fim de agosto, R$ 102,7 bilhões em "swaps cambiais" estavam no mercado.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central lembra que o programa de intervenções diárias no mercado por meio do lançamento de contratos de "swap", e mediante venda direta de dólares, com compromisso posterior de recompra, foi lançado somente no fim de agosto.
Deste modo, as perdas do BC com estas operações, registradas até agosto, englobam somente pequena parte deste programa – que contribuiu para melhorar a expectativa dos agentes do mercado e derrubar, nas últimas semanas, a cotação do dólar no mercado à vista.
Maciel, do BC, lembra que a instituição normalmente registra prejuízo com os contratos de "swap cambial" quando há alta do dólar frente ao real. Nas últimas semanas, observou ele, a moeda norte-amerciana tem registrado queda.
Com isso, o resultado do Banco Central com os contratos de "swap" deverá ser superavitário em setembro deste ano, disse ele. O chefe de Departamento do BC também lembrou que o resultado das despesas com as operações no mercado futuro é financeiro, de modo que não há impacto no resultado primário do governo.
