RIO - Luiz Teive Rocha passou 40 de seus 60 anos de vida como funcionário da Odebrecht. O futuro presidente do consórcio que vai administrar o Galeão entrou no grupo como estagiário, em 1973. Carioca, Rocha se mudou para a Bahia aos 6 anos. Lá aprendeu a torcer pelo Bahia - que luta contra o rebaixamento no Brasileirão -, se formou em engenharia civil e ingressou na empresa que o fez rodar o mundo.
Após uma temporada no Peru, Rocha foi o diretor da obra que completou o Terminal 1 do Galeão. Mas só morou por um ano no Rio: na sua carreira, passou por Equador, Portugal, Moçambique e EUA, onde fez as obras do terminal de Miami. Mas não parou aí. Construiu a pista do aeroporto de Abu Dhabi e trabalhou em Trípoli, na ampliação do aeroporto local, quando a Primavera Árabe derrubou o ditador Muamar Kadafi.
- Tivemos que retirar 3.200 funcionários em cinco dias. Levamos todos para Malta, onde fechamos todos os hotéis, mas tivemos problemas extras. A maior parte dos funcionários não tinha permissão para entrar na Europa. Depois levamos todos a seus países de origem, e a maior parte era vietnamita ou filipina - recorda Rocha, que também esteve na obra de uma hidrelétrica no Iraque e participou da reconstrução de Nova Orleans pós-furacão Katrina.
Há um ano de volta ao Brasil, Rocha ocupava o cargo de presidente da Odebrecht Defesa e Tecnologia até sexta-feira. Agora tem outro desafio: a operação de um grande aeroporto na sua terra natal.