Entre uma troca de bolas e outra no ATP Challenger de Santos, a
atração é o álbum da Copa do Mundo. Nos corredores do Tênis Clube de
Santos, a troca de figurinhas rola solta entre tenistas, árbitros,
crianças e até membros da organização, nos momentos de descanso. Os
brasileiros, como de se esperar, são maioria entre os adeptos da mania. Mas a brincadeira também tem chamado a atenção dos gringos.
Um dos fissurados pelas figurinhas é Marcelo Demoliner. O gaúcho de
25 anos, que é um dos 100 melhores duplistas do mundo, coleciona o
álbum da Copa desde 1994. A troca de figurinhas começou na semana
passada, em meio à disputa do ATP Challenger de São Paulo.
- Álbum da Copa é tradição. Tem que colecionar. Completei todos até
agora. Aqui (em Santos), a gente troca entre si e até com a molecadinha
do clube. Em São Paulo, na brincadeira, a gente até batia bafo com a
criançada. Na brincadeira, claro (risos) – diz.
Demoliner está na reta final da coleção. Antes de falar com a
reportagem do GloboEsporte.com, faltavam apenas 28 figurinhas para o gaúcho
finalizar o álbum. Não demorou e a contagem logo desceu para 27.
Cortesia de Reinaldo Martins, médico do torneio com quem o tenista
aproveitou para trocar uma das várias figurinhas repetidas que trazia no
bolso.
Reinaldo, 34 anos, não perde uma edição desde 1986. A troca de
figurinhas foi também intensificada na semana passada, no Challenger
de São Paulo. Ainda faltam 50 cromos para finalizar seu oitavo livro
ilustrado, mas o médico se recusa, por exemplo, a comprar figurinhas
soltas em bancas só para completar o álbum mais rápido.
- Não tem a mesma graça. O legal é trocar. Tem gente vendendo
figurinha brilhante a R$ 5,00 (o pacote, com cinco cromos, custa R$
1,00). Não tem cabimento. Gosto de completar e, depois, mostrar para os
filhos – comenta.
O árbitro Andres Pereira, 23 anos, também participa da troca de
figurinhas. Apesar de também ser um colecionador de longa data dos
álbuns da Copa (desde 2002), ele ficou surpreso com tantos tenistas
envolvidos na brincadeira.
- Não acreditei quando vi. Tanto que acabei trazendo algumas das
minhas figurinhas para tentar a sorte aqui em Santos (risos). Ainda
falta bastante, mas não tem problema – conta.
Não tão apaixonados
quanto os brasileiros, os tenistas do exterior acompanham, surpresos, a
caça por figurinhas nos corredores do Tênis Clube de Santos. O
argentino Andres Monteni, antes do treino, aproveitou para ver os cromos
que Demoliner tinha à disposição. O detalhe: ele nem coleciona o álbum
do Mundial.
- Alguns se interessam pela curiosidade. Outros são colecionadores
mesmo. Tem venezuelano, argentino... É uma febre internacional (risos) –
conclui o gaúcho.