22/11/2013 06h53 - Atualizado em 22/11/2013 06h59

Índios de aldeia em MS reclamam de falta de tratamento da água

Há mais de um ano, índios sofrem para conseguir água potável.
Promessa do governo de obras não foi cumprida.

Do Globo Rural

Na casa de Januário Esnarde nada de água tratada. A água que a família usa para cozinhar, lavar roupa e tomar banho vem de um poço, que também é usado por outras famílias da aldeia Lima Campo, a 50 quilômetros do município de Ponta Porã, no sul de Mato Grosso do Sul.

O ano passado, a comunidade já enfrentava o mesmo problema. Na época, a Secretaria de Saúde Indígena, a Sesai, informou que faria a instalação da tubulação para a água tratada em 2013, mas as obras nem começaram.

Na área com 250 hectares vivem 75 famílias de índios guarani-kaiowá, mas apenas 11 delas recebem água em casa. Adacir é o filho mais velho de Maria Marculina. Ele tem seis anos e pesa menos de 10 quilos. A família também precisa retirar água do poço. A mãe conta que o filho está desnutrido e que a situação de saúde dele se agrava por conta da qualidade da água.

A única caixa d'água fica em um posto de saúde e tem capacidade para 20 mil litros. Apenas as famílias mais próximas recebem água em casa.

A falta de água obriga mais da metade da comunidade a ir até o córrego jatayvary, que significa local onde tem planta de jatobá. Muitos indígenas precisam andar quilômetros para chegar ao córrego.

O jatayvary fica bem na divisa da área indígena e fazendas de produtores de soja. Isso faz com que a preocupação dos indígenas com a qualidade da água aumente ainda mais, por causa do uso de agrotóxicos nas lavouras da região.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde Indígena informa que o processo de licitação para implantação da tubulação de água tratada na aldeia Lima Campo está aberta. As obras devem começar em dezembro e no total serão investidos cerca de R$ 300 mil.

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