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Werdum esquece parte da luta e lamenta ficar sem bônus: "Merecia"

Brasileiro não se lembra de knockdown, apesar de ter resistido bem, e diz: "Acho que aguento bastante porrada porque não levei muitas na vida ainda"

Por Direto de Orlando, EUA

Fabricio Werdum se apresentou muito bem na noite de sábado, em Orlando (EUA), e conquistou uma vitória dominante sobre o americano Travis Browne após cinco rounds de luta. O peso-pesado brasileiro, no entanto, não foi agraciado com o bônus de US$ 50 mil para as duas melhores performances da noite, que o UFC deu para Donald Cerrone e Alex White. De forma bem-humorada, ele lamentou a decisão e disse que merecia o prêmio:

- Pô, fiquei chateado. Eu estava empolgadão, porque eu lutei bem, né? É difícil falar agora porque não vi a luta, e sempre quando você vê a luta depois é outra coisa. Eu queria ter ganhado. É um dinheiro a mais. Sempre é bom, né? Acho que eu merecia. Vamos ver se o Dana de repente me enxerga uma mixaria (risos) - afirmou, em entrevista ao Combate.com.

O único momento de perigo para Werdum ocorreu na metade do primeiro round, quando sofreu um knockdown após levar socos de Browne em pé e conseguiu inverter a situação, caindo por cima de forma brilhante. Mas o gaúcho, curiosamente, não se lembra muito bem do que aconteceu:

- Eu não me lembro disso aí, velho. Ele veio e "bum!", e eu chamei na raspada (inverter a posição no solo). Para você ver só. Essa movimentação a gente está fazendo direto com o Cobrinha - declarou, referindo ao seu preparador físico e treinador de jiu-jítsu Charles Cobrinha.

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Fabricio Werdum x Travis Browne UFC MMA (Foto: Getty Images)Fabricio Werdum comemora vitória sobre Travis Browne (Foto: Getty Images)

O brasileiro contou que, depois de levar os primeiros golpes de Browne na luta, sentiu que não seria nocauteado e ressaltou sua boa absorção:

- Eu estava bem confiante. Sem subestimar o Travis, senti que a pancada dele é muito forte, mas vi que não iria me nocautear. Claro que, se pega uma em cheio, é óbvio que nocauteia, isso é uma coisa óbvia. Mas eu senti que podia aguentar, porque a minha tolerância é muito boa. Sem ser prepotente, acho que aguento bastante porrada porque não levei muitas na vida ainda, então não estou muito "sonado", como a gente diz, que é quando o cara toma um tapa e já lembra de tudo o que passou. Estou muito feliz, a luta foi muito boa. Os três primeiros rounds foram bem emocionantes, a galera estava indo à loucura mesmo.

Sempre irreverente, Werdum comemorou o momento em que estava no chão e fez uma acrobacia para ficar de pé. Segundo ele, foi resultado de muito treino:

Fabricio Werdum x Travis Browne UFC MMA (Foto: Getty Images)Fabricio Werdum fecha os olhos para soltar o
golpe em Travis Browne (Foto: Getty Images)

- Pude fazer uma coisa que estava louco para fazer. Botei na cabeça que iria fazer aquela levantada. Eu nunca tinha feito e sempre via os caras mais leves da academia fazendo. Aí falei para o Cobrinha que eu queria fazer também. Ele falou para a gente treinar então. Comecei a treinar, vi que estava mais forte a parte abdominal e, quando vi, consegui fazer uma, duas, três. Fiquei muito feliz. Comecei a fazer várias seguidas. Quando rolou a oportunidade na luta, aí "hey! Nem me viu!" - disse, usando um de seus bordões.

Outra situação inusitada do duelo ocorreu no intervalo dos rounds. Werdum notou um problema no adversário e brincou com o árbitro central "Big" John McCarthy:

- Eu cheguei no córner e falei para o árbitro: "Acho que ele quebrou o nariz. Não quer parar a luta?" (risos).

E Werdum mais uma vez escolheu uma música que é sucesso da atualidade no Brasil para entrar no octógono. A de sábado foi o "Lepo Lepo", hit do cantor Psirico:

- A galera curtiu o Lepo Lepo, que é moda no Brasil. Foi só para me identificar e a galera curtir, achar engraçado. Já estou fazendo isso tem um tempo. Sempre boto a música do momento no Brasil. Acho que o Lepo Lepo estava no momento mesmo.

A próxima luta de Fabricio Werdum será contra o campeão Cain Velásquez. O UFC já havia confirmado que o combate será no México, mas ainda não há cidade nem data definidas. Existe a possibilidade de os dois serem os treinadores do primeiro The Ultimate Fighter no México, conforme disse o presidente da organização, Dana White, na coletiva de imprensa pós-evento.

Banner Jones Glover (Foto: Combate)

 

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