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Advogada de torcedor da Lusa diz
que ele está surpreso com imbróglio

Fátima Ribeiro ressalta que qualquer punição à Portuguesa seria injusta, já que clube só teria cumprido ordem judicial ao deixar campo da Arena Joinville

Por São Paulo

A liminar que criou uma confusão na Arena Joinville na noite desta sexta-feira, pela primeira rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, e que fez a Portuguesa deixar o gramado com 16 minutos de jogo contra o time da casa, surgiu de uma ação popular do torcedor da Lusa Renato Azevedo. Mas ele não imaginava que a atitude que tomou teria todo esse desdobramento. Quem afirma é sua advogada, Fátima Ribeiro, que também faz questão de destacar que o clube não tem culpa no impasse, e que apenas cumpria uma ordem judicial (assista ao vídeo).

- O Renato me procurou para entrar com uma ação há mais ou menos uns dois meses. No meio do processo a juíza perguntou se ele tinha interesse em dar continuidade porque já tinha uma decisão contrária, e mesmo assim insistimos no processo, e no dia 15 foi publicada uma decisão concedendo a liminar ao Renato para que a Portuguesa tivesse os quatro pontos de volta e estivesse na Série A. Ontem comunicamos a Portuguesa sobre essa decisão informando que eles não eram obrigados a entrar em campo, que era uma decisão que cabia a eles, mas que nossa orientação era que não entrassem em campo porque se tratava de uma ordem judicial. A Portuguesa disse que ia entrar em contato com a CBF e a partir de então não acompanhamos mais, e acabou culminando nisso que aconteceu hoje - explicou ela no “SporTV News”.

Delegado Portuguesa x Joinville (Foto: Mister Shadow / Ag. Estado)Delegado primeiro determinou paralisação e depois
que jogo continuasse (Mister Shadow / Ag. Estado)

Com a liminar obtida pelo torcedor na 3ª Vara Cível do Foro Regional da Penha, em São Paulo, o delegado responsável pelo jogo, Laudir Zermiani, interrompeu a partida aos 16 minutos. A tutela antecipada determinava que fossem devolvidos os quatro pontos perdidos pela Lusa na Série A do ano passado pela escalação irregular do meia Héverton, na última rodada, contra o Grêmio. Isso livraria a equipe do rebaixamento que foi determinado em julgamento no STJD, em dezembro. A advogada admite que Renato Azevedo ficou surpreso com o desfecho até aqui, inclusive ela.

- Ele não imaginava, até está surpreso, e fiquei também. É uma liminar de torcedor, de uma ação popular, não esperávamos que fosse acontecer tudo isso porque a Portuguesa nem precisava entrar em campo, acabou entrando e aconteceu de ter a ordem judicial na casa do presidente. O que a gente tem que lembrar é que é uma ação de torcedor, a Portuguesa não tem nada a ver com isso. Até comunicamos a Portuguesa tardiamente, ontem. Gostaria de salientar que qualquer punição à Portuguesa não é justa, porque essa ação é de um torcedor que defende o futebol como um patrimônio cultural que é. A Portuguesa só cumpriu uma ordem judicial, se não cumprisse ela seria punida na pessoa do seu presidente - concluiu Fátima Ribeiro.

A decisão da Portuguesa de entrar em campo gerou conflitos internos. A decisão do presidente Ilídio Lico causou o pedido de demissão do vice jurídico do clube, Orlando Cordeiro de Barros, que alertava para a necessidade de o time não jogar, e assim acatar a ordem da Justiça. O advogado do clube, Daniel Neves, também discordava da entrada da equipe no gramado. O caso agora ficará a cargo do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que decidirá pela denúncia ou não da Portuguesa de deixar o gramado antes do fim da partida.