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Na elite, Figueira perde majestade e sente o peso da Série A em derrota

Figueirense sucumbe às belezas cariocas, ao Maracanã e tem atuação apática no
3 a 0 para o Fluminense, na estreia do campeão catarinense no Brasileirão 2014

Por Rio de Janeiro

Voltar à Série A do Brasileiro era algo sonhado pelos torcedores alvinegros desde o dia 11 de novembro de 2012, quando o empate diante do Sport havia decretado a queda. Desde então, a torcida foi das lágrimas da tristeza para as da euforia, com o gol de Everton Santos, em Bragança Paulista, no dia 30 de novembro de 2013. O acesso recolocava o clube no patamar em que a diretoria e o torcedor tanto gostariam. Além disso, estrear no Brasileirão depois de retomar o reinado em Santa Catarina após seis anos era só mais um motivador para o clube de Florianópolis. Porém, para evitar o que o passado já provou ser capaz de fazer, o Figueira terá de fazer mais do que fez neste primeiro passo de Brasileirão 2014. É Série A, é elite. 

Enfrentar o Fluminense e a sua torcida no Maracanã era tarefa complicada, que com o passar dos 90 minutos, apenas concretizou aquilo que os próprios alvinegros, antes da partida, já tinham como suposição. O duelo contra os cariocas seria duro.

Torcida Figueirense (Foto: Renan Koerich)Alvinegros tinham consciência da dificuldade da partida diante do Fluminense (Foto: Renan Koerich)




- Olha, pelo Figueirense vale de tudo né, mas vamos ver como vai ser o jogo. Sei que vamos brigar para não cair, só que um empate já está valendo – disse Carlos Silveira, 47 anos, de São José, que estava acompanhado da esposa e mais um casal de amigo. O quarteto foi até o Rio de Janeiro de carro.

Torcida Avaí (Foto: Renan Koerich)Flu ainda ganhou reforço com torcedores do Avaí no Maracanã (Foto: Renan Koerich)

Além disso, se já era maioria esmagadora no Maraca, a torcida tricolor contou com o apoio de mais nove agregados nas arquibancadas. Catarinenses de Palhoça, a família Ventura exibia as cores azul e branco, do Avaí. A passagem pelo Rio de Janeiro também servia para secar o maior rival. 

- Viemos dar aquela secadinha, né? Torcida do Fluminense, claro! – brincou antes do jogo, Cláudio Ventura, de 47 anos.  

Apesar da boa presença de torcedores do Figueirense, que coloriram de preto e branco o setor E com quase mil alvinegros, o Figueira se fez tímido. A empolgação se fez deslumbramento. O novo Maracanã, ao que parece, além de deixar a torcida perplexa pela sua beleza e estrutura, afetou os comandados de Vinícius Eutrópio. O rei de Santa Catarina perdeu a majestade logo quando a bola rolou. Aos oito minutos do primeiro tempo, Rafael Sóbis fez Tiago Volpi fazer a primeira das defesas difíceis que se acostumaria a fazer ao longo da partida. 

Conscientes do tom da partida, o único suspiro e barulho que os alvinegros fizeram na primeira etapa, foi no chute de Lúcio Maranhão rente ao ângulo esquerdo de Diego Cavalieri. No resto, silêncio e abafamento pela maioria tricolor. 

Se no estádio Orlando Scarpelli Vinícius Eutrópio e o banco de reservas são acostumados a gritos, gestos e, às vezes, reclamações mais ostensivas com a arbitragem, a imensidão do Maracanã se fez grande demais. Solitário na área técnica, o treinador apenas observou os gols de Rafael Sóbis e Fred, ainda no primeiro tempo.

As mudanças táticas e de peças dentro do gramado pouco alteraram a postura do Figueirense. Em um sábado de reencontros, do torcedor com a Série A, de Eutrópio e Everton Santos com o Fluminense, o zagueiro Nirley reencontrou o gol, porém, de forma errada. Aos 13 minutos, o jogador, que tinha nas arquibancadas do Maracanã quase 30 familiares e amigos, afastou errado e marcou contra. O 3 a 0 aumentou ainda mais a apatia alvinegra, que apenas viu o rival atuar e pouco fez. O sábado provou que será preciso mais do que empolgação e euforia para o início do Brasileiro.

Torcida Figueirense Maracanã (Foto: Renan Koerich)Em pequeno número, mas presente, torcida do Figueirense marca presença no Maracanã (Foto: Renan Koerich)