O jacaré-de-papo-amarelo é um animal que no Brasil vive principalmente na Mata Atlântica.
Em uma área preservada com 2,5 hectares de mata em Artur Nogueira, no leste do estado de São Paulo, existe um criatório da espécie. O dono do sítio reproduziu as condições encontradas pelos animais na natureza, com vegetação e tanques com plantas aquáticas. Os jacarés têm, inclusive, a companhia de outros animais silvestres.
Vinte e dois casais de matrizes são mantidos em recintos adequados para criação em cativeiros. Cada jacaré possui marcas diferentes na cauda, que são como um código de barras. Eles hibernam por cinco meses, durante a época mais fria do ano. Depois, voltam a ser alimentados. A dieta é a base de carne de frango e de porco.
Outro cuidado no manejo é com a manutenção dos recintos. Uma vez por ano, os tanques são esvaziados e passam por uma limpeza, processo que é feito antes da época de acasalamento. Quando os jacarés entram em reprodução ninguém mais entra nos recintos para deixar os bichos a vontade.
O período de reprodução dos jacarés coincide com o início da primavera e vai até o fim de outubro. Depois de dois meses, as fêmeas põem os ovos e imediatamente eles são retirados dos recintos e levados para uma incubadora, onde a temperatura é controlada entre 30 e 32ºC, condição que permite o nascimento de um número maior de filhotes.
Quando os jacarés atingem 1,5 metro estão prontos para o abate. Para chegar nesse tamanho, pode demorar até dois anos. É nessa hora que os tratadores têm mais trabalho.
O couro e a carne do jacaré-de-papo-amarelo certificados são vendidos somente no mercado interno e tem comércio garantido, mas ainda há poucos criadores no Brasil. O problema está na dificuldade de encontrar abatedouros que atendas às exigências sanitárias.
O criador de Artur Nogueira tem capacidade para abater até mil jacarés por ano, mas ainda há muito a ser melhorado na cadeia produtiva para que esse mercado se desenvolva.
