05/12/2013 07h18 - Atualizado em 05/12/2013 09h50

No RS, agricultores do MST fazem parceria para venda de arroz orgânico

Eles assinaram contrato com a prefeitura de SP para fornecimento.
Quase mil toneladas do grão serão enviadas para alimentação escolar.

Do Globo Rural

Agricultores de assentamentos ligados ao MST estão conseguindo um mercado diferenciado para as vendas do arroz orgânico que produzem nas propriedades. Eles assinaram um contrato com a Prefeitura de São Paulo e vão mandar quase mil toneladas do grão para o Programa Nacional de Alimentação Escolar.

O arroz orgânico que sai da cooperativa dos trabalhadores assentados de Porto Alegre começa a nascer. São 22 lavouras que produzem as sementes distribuídas a 420 famílias.

A semente é germinada em água farta e sai já com o broto formado, pronta para semear os 1,5 mil hectares dos cooperativados. O objetivo é garantir que a semente, já em pleno desenvolvimento, germine antes que as ervas invasoras, eliminando a necessidade da utilização de agrotóxicos.

O manejo exclui qualquer produto químico durante todo o processo. E para que tudo dê certo, a água usada no plantio tem que ser retirada no momento adequado, e a colheita, que deve começar em fevereiro, não pode atrasar. 

O trabalho de precisão rende um arroz valorizado até 30% mais do que é pago ao produto convencional. 

Há quatro anos na cooperativa, o produtor Carlos Pereira, de Eldorado do Sul, na grande Porto Alegre, só vê o lucro crescer.

Carlos está colhendo 130 sacas em cada um dos nove hectares da sua lavoura. A produtividade cresce a cada ano. Tudo o que é plantado é 100% orgânico.

Segundo a cooperativa, o produtor logo começa a lucrar por muito menos custo, já que não entra no orçamento os gastos com os agrotóxicos.

Parte da produção, já beneficiada, é vendida na própria sede da cooperativa, que tem certificação do Governo Federal. Parte do arroz produzido abastece programas do governo de outros estados.

Do total da safra deste ano, 930 toneladas serão vendidas para a Prefeitura de São Paulo, que distribui o alimento para as escolas do município.

“Acima de tudo é um reconhecimento pelo trabalho de muitos agricultores, que têm a preocupação de preservar o meio ambiente, ter geração de renda, se fixar na terra e fornecer para população, nesse caso os alunos, um produto de qualidade”, diz Emerson Giacomelli, coordenador do Grupo Gestor da Cooperativa.

A Prefeitura de São Paulo pagou R$ 2,4 milhões pelas 930 toneladas de arroz orgânico. De acordo com o MST, já estão previstos novos contratos semelhantes para aquisição de outros tipos de alimentos produzidos pelas cooperativas ligadas ao movimento.

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