Helicoverpa (Foto: Wanderlei Dias Guerra/Mapa)
Amostragem feita recentemente por técnicos do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga), em 151 propriedades rurais nos principais municípios produtores de soja e milho de Mato Grosso do Sul, apontou que as lagartas do gênero Helicoverpa, infestam 27% das áreas onde a pesquisa foi realizada.
Os dados fazem parte da circular técnica 43 do Siga, divulgada nesta terça-feira (3), pela Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS). Conforme a amostragem, que foi realizada em 76 propriedades do sul do estado e 56 do centro norte, em 21% das áreas pesquisadas a incidência das lagartas desse gênero é baixa, em 5% média e em apenas 1% alta.
Na sexta-feira passada (29), o governo do estado encaminhou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o pedido para a decretação de emergência fitossanitária em Mato Grosso do Sul em razão do risco que as lavouras sul-mato-grossenses corriam do ataque da lagarta Helicoverpa armigera, a mais agressiva e destrutiva desse gênero. A expectativa é que o pedido seja atendido em breve.
Na quarta-feira (4), durante o lançamento do Showtec, em Campo Grande, a secretária de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur), Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, disse ao Agrodebate que exames laboratoriais feitos em lagartas capturadas em lavouras em Chapadão do Sul, São Gabriel do Oeste e Naviraí, confirmaram que se tratavam da espécie armigera, sendo os primeiros registros oficiais do ocorrência do inseto no estado.
Além dos insetos do gênero Helicoverpa, a amostragem do Siga revelou ainda a ocorrência de outras pragas nas lavouras pesquisadas, como a lagarta da soja, presente em 49% das áreas, lagarta do elasmo, em 40% e medideira, em 32%. Conforme análise dos técnicos apresentada no relatório, as infestações destas pragas se enquadram no nível baixo, cabendo ainda ação preventiva para eliminação.
No trabalho de campo, os técnicos do Siga também levantaram o percentual de infestação de plantas daninhas nas áreas pesquisadas. A buva (Conyza bonariensis) e o capim amargoso (Digitaria insularis) apareceram com alto percentual de incidência. Em 75% das propriedades foi registradas algum grau de infestação com buva e em 68% com capim amargoso, variando entre os níveis baixo, médio ou alto.