Edição do dia 19/02/2014

19/02/2014 10h08 - Atualizado em 19/02/2014 11h55

Campanha diz que 'jeitinho' típico do brasileiro também é corrupção

Iniciativa é sucesso na web ao mostrar pequenas corrupções do dia a dia como comprar pirataria, dirigir no acostamento, furar fila e até colar na prova.

Uma campanha contra as pequenas corrupções do dia a dia está fazendo sucesso na internet. A ideia é mostrar os prejuízos causados pela política de "tirar vantagem".

É aquela coisa que muita gente faz, mas que tem consequências até para a economia do país.

A pirataria, por exemplo, causa um prejuízo bilionário à economia brasileira.

O comportamento antiético também traz prejuízos morais, porque a sociedade acaba se tornando tolerante com a corrupção.

Pelas ruas, não foi difícil encontrar pessoas que acham que "dar um jeitinho" é normal.

Repórter: "Você se considera honesto?"
Jovem: “Lógico”.
Senhora: “Muito”.

Mas é só mudar a pergunta...

Repórter: “Você já furou fila?”
Homem: “Já”.
Repórter: “O que você acha disso?”
Homem: “É errado. Com certeza é errado, mas...”

Repórter: “Você já andou no acostamento?”
Mulher: “Já. Paguei multa muito cara, não ando mais, não”.

Repórter: “Você já colou na prova?”
Rapaz: “Isso aí quem não faz, né? Não dá para passar, né? Quem não cola não sai da escola”.

Uma campanha lançada pela Controladoria Geral da União nas redes sociais tem chamado atenção justamente para essas pequenas corrupções. São mensagens que fazem refletir sobre coisas culturalmente aceitas, mas que na verdade são antiéticas e até ilegais.

“Colocando esse tema em debate a nossa expectativa era atrair essas pessoas para a importância da participação do cidadão, de cada um na vigilância das coisas da vida pública e também das empresas no combate à corrupção”, explica o representante da CGU.

Muita gente comete as chamadas pequenas corrupções, como comprar filme pirata, por exemplo, porque acha que não está prejudicando ninguém. Mas o Brasil perde R$ 40 bilhões por ano com falsificações e contrabandos por causa dos impostos que deixam de ser arrecadados. Dinheiro que poderia ir para a saúde e para a educação.

“Normalmente as pessoas se preocupam muito com os grandes escândalos, as grandes corrupções, e acabam deixando essas questões rotineiras sem dar muita atenção”, diz um especialista.

Um bom jeito de começar a mudar, é reconhecer os pequenos erros do dia a dia.

Repórter: “Você já comprou produto pirata?”
Jovem: “Sim”.
Repórter: “Por que você acha que você compra?”
Jovem: “Porque eu não sou honesta, sou contraditória. Então, eu não sou honesta”.

“Se todo mundo fosse honesto mesmo de verdade, 100%, acho que o país seria melhor, com certeza. Eu sei que começa comigo mas, às vezes, a gente comete alguns erros também, né?”, admitiu um outro jovem.

A ideia dessa campanha surgiu depois que uma pesquisa, feita pela Universidade Federal de Minas Gerais, mostrou que 23% dos entrevistados não consideravam um ato corrupto dar dinheiro a um guarda para evitar multa. E 35% eram favoráveis à sonegação de impostos altos.

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