RIO - Unir o conceito de sustentabilidade aos projetos de infraestrutura é um dos desafios da América latina. Na avaliação de políticos e empresários, é preciso planejamento para a construção de grandes projetos, como estradas e hidrelétricas. Líderes globais e regionais se reúnem nesta segunda-feira no Rio no primeiro encontro da Clinton Global Initiative (CGI) na América Latina. A iniciativa é da Fundação Clinton, que desde 2005 promove reuniões em busca de soluções para as grandes questões da atualidade.
O prefeito de Medellin, na Colômbia, Anibal Correa, destacou que é preciso continuidade entre os governos e, sobretudo, planejamento, para que os empreendimentos tornem a região mais competitiva.
- Em Medellin, por exemplo, a construção do metrô leva sete anos. Há ainda o cinturão verde metropolitano. São projetos que levam mais de um governo para serem feitos. Ter uma continuidade é essencial - disse Correa, durante o painel "Investimento em infraestrutura: assegurando um futuro sustentável".
Alida Spadafora, diretora executiva da Associação Nacional para a Conservação da Natureza, afirmou que planejamento público é essencial.
- Construir estradas e hidrelétricas requerem estudos técnicos, ambientais e sociais muito profundos. São com esses estudos que conseguimos evitar impactos, como alagamento de áreas. Devemos buscar sempre as melhores alternativas.
Do outro lado, empresários afirmam que as parcerias entre empresas e governos precisam ser intensificadas. Otávio Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, pontuou que as empresas devem incluir a sustentabilidade em seus projetos.
- Essa é a única forma de seguir adiante com credibilidade. É preciso planejamento dos governos - disse Azevedo.
Pedro Suárez, presidente da Dow Chemical para a América Latina, destacou que as faculdades da América Latina devem se aproximar das companhias, pois, segundo ele, as soluções não estão prontas.
- Devemos trabalhar em conjunto. É crítico que o governo assegure investimentos em infraestrutura para aumentar a competitividade. Todos sabemos quais são os problemas, mas é importante a participação do governo para definir como agir - afirmou Suárez.