• 29/10/2013
  • Por redação
Atualizado em
  (Foto: J. Miller)

Quando se tem em mãos uma relíquia, é melhor não alterá-la a ponto de deixá-la irreconhecível. Com esse pensamento em mente e a delicadeza de uma equipe de arqueólogos à mão, os profissionais do Witherford Watson Mann Architects empreenderam a restauração do Astley Castle, uma construção do século 12 localizada em Nuneaton, no condado inglês de Warwickshire.

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O minucioso trabalho de reconstrução do castelo teve que vencer os estragos provocados por um incêndio ocorrido em 1978. Quando os arquitetos iniciaram a obra, partes do local se resumiam a amontoados de pedra, enquanto outras ainda retinham a essência da antiga grandeza. A erosão dos séculos havia corroído as paredes, resultando em melhor luminosidade e maior número de aberturas para a vista deslumbrante dos morros uivantes do entorno.

  (Foto: Philip Vile)

O objetivo dos profissionais era realizar algo mais brando do que uma restauração completa. As modificações foram apenas o suficiente para dar integridade à casa, tornando-a estável e habitável. As adições foram executadas utilizando materiais que dialogassem com a estrutura existente, como tijolos, concreto pré-moldado e madeira laminada. Tudo isso para deixar intacta sua preciosa essência medieval.

Assim, foram respeitados alguns dos vazios deixados pelo tempo - o que trouxe poesia à morada. Duas salas, por exemplo, não tiveram seus tetos recolocados. Tornaram-se espécies de pátios abertos; nas palavras dos arquitetos – “cômodos com afrescos de nuvens no teto”.

O resultado é uma casa de férias em que os aposentos ficam no térreo e as áreas comuns no piso superior. As aberturas que restaram de seu passado são como poros pelos quais o antigo lar respira. No verão, o calor adentra por tais fendas. No inverno, é aconselhável penetrar o centro da casa, que oferece proteção do vento e do frio. O sucesso do projeto foi tamanho que rendeu ao escritório, em setembro último, o RIBA Stirling Prize, mais alto prêmio britânico de arquitetura.

  (Foto: Philipp Ebeling)
  (Foto: Philipp Ebeling)
  (Foto: Philip Vile)
  (Foto: Philip Vile)