O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, homologou o acordo de delação premiada do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano.
Essa era uma das delações mais esperadas. As investigações apontam que Fernando Baiano, foi sócio oculto do presidente da Câmara Eduardo Cunha.
Segundo as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público, era Baiano que fazia as negociações em nome de Cunha para receber propina e distribuía o dinheiro desviado da Petrobras para políticos do PMDB.
Baiano foi preso preventivamente em novembro e já foi condenado pela Justiça Federal no Paraná a 16 anos de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no processo de contratação de navios-sonda.
Nesse caso, a propina distribuída foi de US$ 15 milhões. O presidente da Câmara já foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal por esse mesmo caso.
A delação de Fernando Baiano precisava ser validada pelo Supremo justamente porque ele mencionou o envolvimento de parlamentares que só podem ser investigados com o aval do tribunal.
Agora, a Procuradoria-Geral da República vai analisar todas as acusações feitas por Fernando Baiano nos depoimentos da delação premiada. O acordo, que está sob sigilo, prevê benefícios como redução da pena e também que ele devolva dinheiro desviado.
O advogado do deputado Eduardo Cunha não se pronunciou sobre as acusações de propina do deputado.
O PMDB declarou que jamais autorizou quem quer que seja a ser interlocutor ou operador do partido.