Economia

Espanha pode levar 20 anos para repor empregos perdidos com a crise global

Projeção é de estudo da PricewaterhouseCoopers. País, que saiu da recessão no 3º trimestre, mostrou leve queda no desemprego em novembro

Trabalhadores espanhóis fazem fila para se registrar em agência de empregos, em Madri
Foto: Paul White/AP
Trabalhadores espanhóis fazem fila para se registrar em agência de empregos, em Madri Foto: Paul White/AP

MADRI - Estudo elaborado pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), e divulgado hoje, estima que a Espanha levará 20 anos para recuperar os 3 milhões de empregos perdidos durante a crise global iniciada em 2008. Segundo o informe, a Espanha só conseguirá alcançar a taxa de desemprego de 6,8% - média na zona do euro, à exceção dos países do sul do continente, como Grécia, Portugal e Itália - a partir de 2033.

Embora ressaltando a importância do informe, o ministro da Economia e Competitividade, Luis Guindos, classificou o estudo como mera projeção que não se cumprirá se o governo mantiver a agenda de reformas que vem implementando para recuperar a economia, que saiu da recessão oficialmente no terceiro trimestre deste ano, quando o Produto Interno Bruto (PIB) mostrou alta de 0,1%, após queda de 0,1% no segundo trimestre, encerrando nove trimestres consecutivos de resultados negativos, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

Guindos também comemorou hoje um resultado, ainda que débil, no tocante ao mercado de trabalho. Em novembro, o número de desempregados inscritos nos serviços públicos de emprego registrou uma queda de 2.475 pessoas em relação a outubro. O ministro mostrou confiança na recuperação do emprego, lembrando que novembro é tradicionalmente um mês onde a taxa de desocupação cresce no país por questões sazonais, como o fim da alta temporada turística do verão, responsável pela abertura de milhares de vagas temporárias.

Segundo o ministro, a última vez em que a taxa de desemprego para um mês de novembro caiu na Espanha foi em 1989, há 24 anos. Para justificar sua confiança na tendência de queda do desemprego, Guindos citou a retomada das exportações e sinais de uma maior demanda por crédito.

Apesar do otimismo do ministro, dados do Ministério do Emprego revelam que a queda na taxa de desocupação se deu mais em função da contratação de trabalhadores temporários, que cresceu 9% em relação a novembro de 2012. A taxa de desemprego hoje na Espanha se situa em 26,3% e é uma das mais elevadas da zona do euro. Em novembro, o total de espanhóis sem trabalho era de 4,8 milhões de pessoas, número ainda bem próximo dos 5 milhões de desempregados em fevereiro deste ano.