Economia

Desembargador decide incluir braços estrangeiros no processo de recuperação judicial da OGX

Decisão, no entanto, ainda depende de julgamento do processo da petroleira, que deve ocorrer no ano que vem

RIO - O desembargador Gilberto Guarino, da 14ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio de Janeiro, deferiu a inclusão das subsidiárias austríacas da petroleira OGX, de Eike Batista, no Brasil. A decisão, no entanto, ainda não é definitiva, pois o recurso ajuizado pela petroleira deve ser julgado apenas no próximo ano, segundo Fabiano Robalinho, sócio do escritório Sergio Bermudes, que defende a OGX.

- O desembargador considerou o centro de interesse dos negócios das empresas austríacas no Brasil - disse Robalinho.

A Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial da OGX no dia 21 de novembro. No entanto, as austríacas OGX Áustria e OGX International, sediadas em Viena, ficaram de fora. Isso porque o juiz da 4ª Vara Empresarial do TJ entendeu que não havia jurisprudência no Brasil para que empresas sediadas no exterior sejam incluídas em processos de proteção judicial. No entanto, a OGX entrou com recurso para incluir as subsidiárias no processo.

Na semana passada, o desembargador Reinaldo Pinto Alberto Filho, da 4ª Câmara Cível, havia decidido indeferir o recurso, mantendo os braços estrangeiros fora do processo. No entanto, como a empresa espanhola Acciona entrou com recurso questionando a recuperação judicial da OSX (empresa naval do grupo de Eike) e este recurso havia sido distribuído para a 14ª Câmara, o Albero Filho entendeu que Guarino, da 14ª, deveria se manifestar, já que os processos das duas empresas, OGX e OSX, estão vinculados.

A OGX entrou com o pedido de recuperação judicial em 30 de outubro, após ter deixado de pagar US$ 45 milhões em juros de dívidas a credores internacionais. Sem sucesso nas negociações das dívidas, a empresa de Eike decidiu buscar a proteção da Justiça para evitar a falência. Menos de duas semanas depois, a “empresa-irmã” OSX também solicitou recuperação judicial. O processo das duas empresas, que somam dívidas de mais de R$ 15,5 bilhões, é conduzido de forma conjunta na Justiça.