Na ecovila do Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado (Ipec), em Pirenópolis, no centro de Goiás, homem, natureza e arquitetura caminham juntos. No lugar, as casas são construídas com o menor impacto possível ao meio ambiente.
Os tijolos que formam as edificações são feitos de barro, palha e areia, sem necessidade de ser queimado no fogo, pois são secos ao sol. O reboco também é ecológico e a tinta deixa a estrutura impermeável. A técnica antiga, conhecida como adobe, é mais barata e tem a mesma qualidade que as construções convencionais.
Na casa do diretor da ecovila, Ailson José da Rocha, o piso é feito com pedras de Pirenópolis e parte da madeira é de demolição. “Às vezes é muito mais fácil do que as pessoas imaginam. Você não tem que abrir mão de conforto, de algumas comodidades que você tem na cidade. Na realidade, a gente que mora aqui vê que é muito melhor estar aqui, viver dessa vida, do que viver nos grandes centros urbanos”, acredita Alison.
Outras tecnologias aplicadas na ecovila são relacionadas ao tratamento de esgoto. Uma delas é a fossa de bananeira. A água do banheiro é enviada para a fossa e é sugada pela planta. “Cada bananeira pode evaporar até 400 litros de água por dia. Por isso a gente chama de fossa de bananeira. Sem a bananeira não funciona”, explica o coordenador de cursos Alessandro Trivelato.
Além disso, as casas da ecovila possuem banheiros secos. Neles, as fezes são misturadas à serragem, sem o uso de água. Os dejetos ficam armazenados em uma câmara pintada de preto, para aumentar o calor interno. A compostagem dura cerca de seis meses e depois vira adubo. Os moradores garantem que não há mau cheiro já que o odor sai por uma chaminé.
Os alimentos consumidos pela comunidade também são produzidos de forma ecologicamente sustentável. Em um tanque de criação de tilápia, as fezes dos peixes são transformadas em nutrientes que contribuem para a produção de hortaliças.
Casa na ecovila é construída com adobe (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)