Edição do dia 01/11/2013

01/11/2013 22h59 - Atualizado em 01/11/2013 23h48

Pesquisadores americanos descobrem que felicidade pode ser transmitida de forma contagiosa

A conclusão do estudo é de que um amigo satisfeito com a vida aumenta suas chances de felicidade em 15%. Se ele morar a menos de um quilômetro e meio da sua casa, esse índice pode alcançar 25%.

Qual o seu objetivo na vida?

“A gente sempre pensa em prosperidade, não é? Crescer cada vez mais e um carro melhor, uma casa melhor”, diz Alexandre Andrade Saez, comerciante.

E ser feliz também é prioridade? Quais os caminhos para desvendar o mistério da felicidade?

“É você olhar para o conjunto da sua vida, a dimensão afetiva, a dimensão espiritual, a dimensão profissional, e perguntar para você mesmo se a vida que você tem, no seu conjunto, tudo considerado, é uma vida satisfatória”, afirma Eduardo Giannetti, cientista social e escritor.

Califórnia, Estados Unidos, terra símbolo do sonho americano de prosperidade. Chão de estrelas, mundo de magias. Onde a realidade traz bons motivos para ser feliz.

Vencer na vida no mais rico estado americano era o ideal de felicidade de um brasileiro.

“Cheguei com US$ 300 no bolso e não falando uma palavra em inglês e só querendo ficar seis meses. Hoje estou aqui há 15 anos e tenho meu próprio negócio, e estou confortável”, conta Felipe Loureiro, técnico de Triatlo.

Felipe atravessou fronteiras, movido por uma grande paixão: o triatlo. De atleta, passou a treinador. Fez dos cenários de San Diego, a academia. Arrebanhou mais de 300 alunos e conquistou um padrão de vida californiano.

“Tenho o luxo de poder trocar de carro uma vez por ano. Viajar para o exterior, para o Havaí, ou fazer uma viagem boa, de família, uma vez por ano. O dinheiro é só o resultado da conquista, mas em primeiro lugar para mim é a conquista, porque eu faço o que eu gosto”, revela Felipe.

“O que as pesquisas têm mostrado é que para você ter um bom estado de bem estar e qualidade de vida, é importante que você tenha uma relação de três emoções e sentimentos positivos para cada um negativo. Então, no seu dia a dia, por exemplo, na sua atividade, no trabalho, o ideal seria que 75% do seu tempo, você conseguisse fazer atividades que você gosta de fazer, e 25% são aquelas atividades que não são tão interessantes, às vezes preencher Um relatório, ou fazer uma planilha, mas você tem que fazer”, explica Helder Kamei, Mestre em psicologia positiva – USP.

Aos 37 anos, ele ama o que faz. No triatlo, formou um time de amigos. E em casa, construiu a base da felicidade.

“Eu tenho a vida que eu sempre quis, tenho a família que eu sempre quis e moro no lugar que eu sempre quis. Em todos os fatores, não tem nada que eu queria ter que eu não tenha”, ressalta o técnico de triatlo.

Felipe vive no país que mais investiga os segredos da felicidade. Em nenhum lugar do mundo, esse sentimento é alvo de tantas pesquisas. Em San Diego, os pesquisadores descobriram que a felicidade é como uma gripe, pode ser transmitida de um para o outro de forma contagiosa.
A pesquisa realizada na universidade da Califórnia analisou questionários de quase cinco mil americanos monitorados durante duas décadas. Eles tiveram as relações sociais mapeadas em um trabalho coordenado pelo cientista James Fowler.

“Nós vimos evidências que quando as pessoas se tornam felizes, os amigos também ficam. E os amigos dos amigos dos amigos. Os efeitos da felicidade se separam em três níveis de separação. Quando estamos contentes, podemos fazer com que todos no nosso círculo social fiquem felizes”, afirma o professor de Políticas Sociais da Universidade da Califórnia.

A conclusão do estudo é de que um amigo satisfeito com a vida aumenta suas chances de felicidade em 15%. Se ele morar a menos de um quilômetro e meio da sua casa, esse índice pode alcançar 25%.

O pesquisador explica: “a felicidade seria como uma onda de vibrações, que transmitimos e recebemos de volta”.

“Eu espero que todas as pessoas que estão comigo sejam felizes por causa da minha felicidade. Espero que eu esteja contagiando as outras pessoas também”, diz Felipe.

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