Rio

Cabral e comandante da PM pedem desculpa a família de mulher morta

Estado garante que família da vítima vai receber apoio psicológico e auxílio financeiro
Parentes de mullher arrastada por carro da PM são recebidos pelo governador Sérgio Cabral e seu vice Luiz Fernando Pezão Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
Parentes de mullher arrastada por carro da PM são recebidos pelo governador Sérgio Cabral e seu vice Luiz Fernando Pezão Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

RIO —  A família de Cláudia se encontrou na manhã desta quarta-feira com o governador Sérgio Cabral, no Palácio Guanabara. Após a reunião, o secretário estadual de Assistência Social, Pedro Fernandes, disse que Cabral fez questão de pedir desculpas aos parentes da vítima. Segundo o secretário, os familiares vão receber apoio psicológico, além do pagamento de uma indenização cujo valor ainda não foi fixado:

— Vamos atuar como uma força-tarefa. A ideia é agilizar, em parceria com outras secretarias de estado, além da prefeitura e da Justiça, os processos para que a família não fique desamparada neste momento tão difícil. A prefeitura já se comprometeu a complementar a renda familiar por meio de programas assistenciais. Também vamos priorizar a questão da guarda legal dos quatro sobrinhos que eram criados por Cláudia e vão continuar com o viúvo.

Para dar segurança a moradores do Morro da Congonha, em Madureira, que estão com medo de depor no inquérito sobre a morte de Cláudia, Fernandes disse que vai solicitar apoio do Ministério Público. A ideia é que essas pessoas sejam incluídas no Programa de Proteção à Testemunha.

— O governador deixou claro à família de Cláudia que todos os esforços serão feitos para que os culpados sejam punidos — disse.

Os quatro filhos e quatro sobrinhos que eram criados por Cláudia estiveram no encontro com Cabral. Apesar de admitir estar mais confiante na apuração do crime após se reunir com o governador, o viúvo de Cláudia, Alexandre Fernandes da Silva, reafirmou que vai processar o estado. Ele também pediu a Cabral que interfira junto ao comando da Polícia Militar.

— Há um senso comum de que todo morador de comunidade é bandido. Sabemos que há tráfico, mas não somos criminosos. A grande maioria é trabalhadora. A polícia não pode entrar na comunidade atirando. Foi o que aconteceu no domingo. Não tivesse aquele cara na hora (filmando com um celular), ali atrás daquela D-20 (carro da PM), se minha mulher não tivesse caído, não tivesse sido arrastada, só seria mais um caso — disse Alexandre.

Viúvo pede agilidade na investigação

Depois do Palácio Guanabara, o grupo foi para a Chefia de Polícia Civil, no Centro. Lá, se reuniu com o chefe de Polícia Civil, Fernando Veloso, e o comandante-geral da PM, coronel José Luís Castro. Em nota, a corporação afirma que, durante o encontro, o coronel pediu desculpas aos parentes de Cláudia e garantiu rigor na apuração do caso.

A reunião com o chefe de Polícia Civil e o comandante-geral da PM foi uma determinação do governador. No encontro, que aconteceu a portas fechadas, o viúvo voltou a pedir agilidade na investigação e na punição dos PMs envolvidos no episódio que resultou na morte de sua mulher.