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Estevão Azevedo vence o prêmio São Paulo de Literatura

Débora Ferraz e Micheliny Verunschk foram premiadas nas demais categorias
Micheliny Verunschk, Estevão Azevedo e Débora Ferraz, vencedores do Prêmio São Paulo de Literatura Foto: Marcelo Nakano / Divulgação
Micheliny Verunschk, Estevão Azevedo e Débora Ferraz, vencedores do Prêmio São Paulo de Literatura Foto: Marcelo Nakano / Divulgação

SÃO PAULO - O romance "Tempo de espalhar pedras" (Cosac Naify), do potiguar Estevão Azevedo, foi considerado o  melhor livro de 2014 no Prêmio São Paulo de Literatura. O autor, radicado na capita paulista, recebeu R$ 200 mil. O anúncio foi feito na noite desta segunda-feira, na biblioteca pública Villa-Lobos, Zona Oeste da capital paulista.

Entre os autores estreantes, foram contempladas duas autoras pernambucanas. Débora Ferraz, do romance "Enquanto Deus não está olhando" (Record), foi escolhida melhor estreante com menos de 40 anos. E Micheliny Verunschk,  do romance "nossa Teresa - vida e morte de uma santa suicida" (Patuá), ficou com o prêmio de melhor estreante com mais de 40 anos. Cada uma delas receberá R$ 100 mil.

Azevedo, que é editor na Globo Livros, foi finalista do prêmio na categoria estreante com menos de 40 anos, em 2009, com seu primeiro romance, "Nunca o nome do menino" (Terceiro Nome). Nome menos óbvio entre os dez finalistas, o escritor concorreu com nomes consagrados, como Chico Buarque ("O irmão alemão", Companhia das Letras), Cristovão Tezza ("O professor", Record) e Silviano Santiago ("Mil rosas roubadas", Companhia das Letras).

— Eu acreditava que era possível, até porque fiz parte do júri e sei que é um prêmio sério. Além disso, o júri final, que avaliou os concorrentes, foi bem diverso e a tendência, nesse caso, é focar na qualidade dos textos, mais do que nos nomes ou nos currículos — disse o escritor, que trabalha na publicação do conto "Nenhum olho me verá" no selo Jota, da editora De Galaxia, coordenado pela autora Noemi Jaffe.

O romance de Débora, que faz doutorado em escrita criativa no Rio Grande do Sul, foi vencedor, em 2014, do Prêmio Sesc de Literatura, o que possibilitou a publicação da obra pela editora Record. Por essa razão, ela considera importante a realização de prêmios literários.

— Se não fosse eu ter ganho o Sesc de Literatura, meu livro estaria destinado à gaveta. E eu não teria a possibilidade de concorrer e vencer o Prêmio São Paulo. Ainda nem consegui concretizar na minha cabeça o que é esse prêmio em dinheiro — disse a autora.

Finalista do Prêmio Portugal Telecom de 2004 com o livro de poesias "Geografia íntima do deserto", Micheliny estreou no romance com "nossa Teresa - vida e morte de uma santa suicida". Para ela, a estreia lhe deu muitas alegrias.

— Tive uma resposta muito boa dos críticos e dos leitores. Um crítico do nordeste me ligou dizendo que estava fazendo um levantamento sobre as escritoras nordestinas e me perguntou quem eu conhecia. Eu só sabia da Débora! Mas acho que tem muito mais e esses prêmios que recebemos é um incentivo para elas — disse a autora.

O júri final foi formado por: Francisco Foot Hardman, Jiro Takahashi, Maria Fernanda Rodrigues, Rogério Pereira e Sylvia de Albernaz Machado do Carmo Guimarães.

Esta edição do Prêmio São Paulo de Literatura contou com 215 livros inscritos, 111 de autores veteranos e 104 de estreantes. Segundo os organizadores, houve um aumento de 40% nas inscrições em comparação com a edição anterior, que teve 153 livros em disputa, com 67 obras de veteranos e 86 de estreantes.