20/05/2014 19h56 - Atualizado em 20/05/2014 19h56

Com paralisação de ônibus, trânsito bate recorde em São Paulo

Às 19h foram registrados 261 km de filas em toda a cidade.
Rodízio de veículos foi suspenso pela Prefeitura nesta terça.

Do G1 São Paulo

O excesso de veículos e a paralisação de motoristas de ônibus fizeram com que o trânsito na cidade de São Paulo batesse recorde nesta terça-feira (20). Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), às 19h foram registrados 261 km de filas.

O maior índice anterior foi registrado em 17 de abril, véspera do feriado emendado de Páscoa e de Tiradentes, quando 258 km de vias em são Paulo estavam congestionadas.

Por conta da paralisação, a Prefeitura de São Paulo suspendeu o rodízio de veículos no período vespertino e noturno. Segundo a São Paulo Transporte (SPTrans), as paralisações começaram às 9h50.

A paralisação nesta terça é horizontal, sem liderança e foi organizada boca-a-boca, informaram ao G1 motoristas e cobradores. Segundo eles, o protesto é contra a decisão de o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo ter aceito proposta de reajuste apresentado pelas empresas.

Em nota, o sindicato disse que não tem qualquer relação com a paralisação e que foi “surpreendido com as manifestações realizadas na cidade por alguns trabalhadores que se dizem contrários ao fechamento da Campanha Salarial 2014”.

Segundo a São Paulo Transporte (SPTrans), as paralisações começaram às 9h50. Por volta das 17h30, havia 14 terminais sem operação: Amaral Gurgel, Barra Funda, Bandeira, Butantã, Casa Verde, Lapa, Mercado, Parque Dom Pedro, Pinheiros, Pirituba, Princesa Isabel, Sacomã, Santana e Vila Nova Cachoeirinha.

Segundo motoristas ouvidos pelo G1 no Terminal Bandeira, no Centro, o movimento começou durante a madrugada e deve continuar até que obtenham resposta positiva do sindicato, das empresas de ônibus e da Prefeitura. "Queremos a decisão de um deles carimbada e assinada", disse o motorista Adilson José Lupi.

Ônibus parados na Avenida Faria Lima. (Foto: Sttela Vasco/G1)Ônibus parados na Avenida Faria Lima
(Foto: Sttela Vasco/G1)

A cobradora Damiana Pereira Yamamoto disse que o grupo se sentiu abandonado. "Ninguém apareceu até agora para falar com a gente." "Eles não estão nem aí para nós e muito menos para a população", disse o motorista Sidney dos Santos. "Se tiver de dormir dentro dos carros a noite inteira, a gente vai dormir",  afirmou outro motorista que não quis se identificar.

Rodízio suspenso
O rodízio de veículos foi suspenso pela Prefeitura de São Paulo na tarde desta terça por causa da paralisação.

Apesar de ter liberado o rodízio, continuam mantidas as proibições de circulação nos corredores e faixas exclusivas de ônibus nos horários regulamentados, bem como a Zona Azul e a Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC).

A SPTrans, empresa municipal que cuida do sistema de transportes, não soube informar o número de linhas e passageiros afetados. O movimento não afeta todas as linhas: há ônibus circulando em regiões da cidade, embora os pontos estejam mais cheios nestes locais, como a Avenida Nove de Julho (foto abaixo).

Protesto começou no Centro
O ato começou às 9h no Centro. Motoristas da empresa Santa Brígida fecharam o cruzamento da Avenida Rio Branco com o Largo do Paissandu, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Progressivamente, o movimento se espalhou para outras regiões da cidade.

Por volta das 14h10, o presidente do sindicato Valdevan Noventa estava reunido com a diretoria que representa a categoria para encontrar um fim para a paralisação.

Acordo em assembleia
Na segunda, profissionais que participaram de assembleia no sindicato tinham decidido aceitar a proposta das empresas e cancelaram a paralisação prevista para esta semana.

Segundo a proposta aceita, os motoristas receberão 10% de reajuste salarial, tíquete mensal de R$ 445,50 e participação nos lucros e produtividade de R$ 850, entre outros benefícios. Inicialmente, as empresas ofereceram 5% de reajuste. Já o sindicato pedia um índice de 13%.

Um dos benefícios apontados como conquista foi o reconhecimento à insalubridade, dando o direito a aposentadoria especial aos 25 anos de trabalho. O sindicato representa ao todo 37 mil trabalhadores.

Ônibus com os pneus vazios na saída do Terminal Bandeira, no Centro (Foto: Roney Domingos/G1)Ônibus com os pneus vazios na saída do Terminal Bandeira, no Centro (Foto: Roney Domingos/G1)
Ponto de ônibus na Avenida Nove de Julho: ônibus circulavam, mas ponto estava lotado. (Foto: Sttela Vasco/G1)Ponto de ônibus na Avenida Nove de Julho estava lotado. (Foto: Sttela Vasco/G1)
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GREVE ONIBUS 620 PX (Foto: Luiz Guarnieri/ Brazil Photo Press/Folhapress)Ônibus parados na Avenida Mercúrio (Foto: Luiz Guarnieri/ Brazil Photo Press/Folhapress)
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Passageiros recebem avisos sonoros para alertar sobre a paralisação (Foto: Ardilhes Moreira/G1)Passageiros recebem avisos sonoros para alertar sobre a paralisação (Foto: Ardilhes Moreira/G1)
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SP protesto ônibus (Foto: Marco Guimarães/Frame/Estadão Conteúdo)Ônibus parados no Centro (Foto: Marco Guimarães/Frame/Estadão Conteúdo)

 

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