25/07/2014 21h00 - Atualizado em 25/07/2014 21h00

Estudo revela que engarrafamentos no RJ e em SP custaram R$ 98 bilhões

Federação das Indústrias do Rio de Janeiro divulgou o resultado de um estudo sobre a imobilidade urbana.

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro divulgou o resultado de um estudo sobre a imobilidade urbana. Aquela situação que aborrece milhões de brasileiros, no caminho entre a casa e o trabalho. E a conclusão é que ficar engarrafado no trânsito custa muito caro.

Na cidade grande, motorista é aquele profissional especializado em usar o freio. Os congestionamentos podem ser medidos em quilômetros, contados em minutos ou horas. 

A indústria fez o cálculo em dinheiro. E o resultado é espantoso: só nas duas maiores cidades do Brasil, em 2013, os engarrafamentos custaram R$ 98 bilhões.

O equivalente a 2% de tudo o que o Brasil produz vira fumaça nas ruas do Rio e de São Paulo. A realidade não é muito diferente nas outras capitais e os prejuízos atingem todos os brasileiros.

“Os fretes aumentam e isso acaba afetando de uma forma geral todo o custo da economia e no final das contas isso bate no bolso de cada um de nós”, diz Cristiano Prado, gerente de competitividade industrial da FIRJAN.

O cálculo só considerou as horas de trabalho perdidas e o combustível desperdiçado. Mas o chamado "custo congestionamento" ainda poderia considerar o desgaste dos carros, o preço do seguro que aumenta, as horas extras e a queda na produtividade de quem vive parado nas ruas.

É fácil perceber o impacto do trânsito na produção das indústrias. Em uma fábrica de alimentos, cinco anos atrás, um caminhão saía carregado de manhã e fazia dez entregas ao longo do dia.

Hoje ele consegue fazer no máximo sete. Vamos ver o que ele sofre nas ruas.
Sandro é motorista há dez anos.
Repórter: Muito tempo parado?
Sandro: Muito, muito. Vamos dizer que 50% do nosso tempo, a gente fica no trânsito.

De tanto ficar parado, está pensando em parar. “Eu estou pensando seriamente arrumar uma outra profissão. Está complicado”, comenta.

Quanto mais trânsito, mais carros a indústria precisa pôr na rua para receber matérias primas e escoar a produção.

“Hoje eu preciso colocar 40% a mais de caminhões para fazer as mesmas entregas que eu fazia há 5 anos atrás. Isso ocasiona o que? Mais caminhões na rua, mais engarrafamento”, diz Sérgio Duarte, industrial.

Quebrar esse círculo é o desafio das grandes cidades.

“A solução pra isso tem que passar pelo transporte de massa e por trazer pra perto das pessoas o emprego, a educação, a saúde para que elas precisem se mexer menos”, diz o gerente.