Num intervalo de cinco horas, Caio Ribeiro trabalhou como comentarista em dois jogos transmitidos nesta quarta-feira pela Rede Globo: nos jogos entre Real Madrid e Bayern de Munique, pela Liga dos Campeões da Europa, e entre CRB e São Paulo, pela Copa do Brasil. Além da óbvia disparidade técnica, Caio alerta para a diferença de conduta dos atletas nas duas partidas em relação às faltas (assista ao vídeo ao lado). Para ele, o jogador brasileiro trava a partida ao tentar ludibriar a arbitragem cavando faltas. Um exemplo disso foi dado na primeira rodada do Campeonato Brasileiro - nenhum jogo atingiu o tempo mínimo de bola rolando recomendado pela Fifa, que é de 60 minutos.
- Existe uma diferença de conduta, de fair play, de profissionalismo entre as duas culturas - diz Caio.
Em Madri, os jogadores não foram ao chão em qualquer trombada ou jogo de corpo. E também não tentaram ludibriar a arbitragem. Numa jogada com Martinez, do Bayern, o espanhol Isco foi ao chão, pedindo falta, mas o árbitro inglês Howard Webb mandou a partida seguir. Ele, inclusive, só mostrou um cartão amarelo durante todo o duelo que vale vaga para a final da Liga dos Campeões.
- (A diferença) Primeiro é a malandragem do jogador brasileiro, de, a qualquer contato, querer cavar a falta e jogar a torcida contra o juiz. Segundo, é uma falha da arbitragem (brasileira). Deixa o cara cair uma vez e manda seguir, duas e manda seguir de novo. Ele (o jogador) vai pensar duas vezes antes de cair a terceira - disse Caio Ribeiro.
Jogadas semelhantes às que aconteceram na Champions foram vistas no duelo entre CRB e São Paulo, pela segunda fase da Copa do Brasil, e consideradas falta pelo árbitro Pablo Ramon Gonçalves Pinheiro, do Rio Grande do Norte. Ele mostrou quatro cartões amarelos, e um vermelho para o são-paulino Rodrigo Caio, em lance que, segundo o zagueiro, foi "cavado" pelo atacante Diego Rosa.