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Os novos passos de Kristen Stewart

Em entrevista, atriz fala sobre filmar na Europa e da vontade de se tornar diretora
Kristen Stewart na premiere de 'A saga Crepúsculo - Amanhecer Parte 1' Foto: Matt Sayles / AP Photo
Kristen Stewart na premiere de 'A saga Crepúsculo - Amanhecer Parte 1' Foto: Matt Sayles / AP Photo

RIO - Kristen Stewart chegou ao estrelato após interpretar Bella Swan nos filmes da série "Crepúsculo". Hoje, já experiente sobre as benesses e as armadilhas da vida de celebridade, a jovem atriz de 24 anos, que tem uma legião de jovens fãs ao redor do mundo, não se acomoda com a fama. Após o sucesso estrondoso e o ultra-midiático relacionamento com Robert Pattinson, Stewart busca caminhos menos óbvios.

Neste ano, dois filmes apresentados em importantes festivais mostraram novas facetas da atriz. Em Sundance, "Camp X-Ray" trouxe a estrela no papel de uma militar que trabalha na prisão de Guantânamo. Já Cannes a apresentou como a assistente de uma atriz veterana, interpretada por Juliette Binoche, em "Clouds of Sils Maria". Em recente entrevista, uma Stewart mais madura fala sobre fama, seus últimos trabalhos e o plano de dirigir longas.

Como foi trabalhar em "Clous of Sils Maria"?

Foi o projeto ideal para mim neste momento. Crepúsculo estourou e, de repente, me tornei extremamente famosa. É interessante para mim interpretar a assistente de uma atriz, vendo este mundo e como ele pode ser tão superficial.

Qual é a diferença entre filmar na Europa e nos EUA? Há menos liberdade em Hollywood?

Não é que exista menos liberdade nos EUA, mas você não se sente totalmente livre trabalhando na indústria, onde você sempre pensa no que vai dizer, como as pessoas vão reagir, se vai incomodar alguém. Na Europa, parece que as pessoas têm menos medo porque elas estão fazendo o trabalho para si mesmas, pela arte. Não é com uma mentalidade de mercado, é outro sentimento. Se você pensar, fazer um filme é algo ridículo. Nós fingimos que somos outras pessoas para que outras pessoas nos vejam fingindo que somos outras pessoas. É loucura. Mas vale a pena quando tentamos dizer algo. Um filme pode ser algo muito importante e transcendental.

É difícil ser fiel a si mesma sob tanta pressão da indústria e da mídia?

Eu não tento controlar a percepção de ninguém ou fazer com que as pessoas me vejam de uma determinada maneira. Não sei como tem gente que faz isso. Não entendo como alguém possa pensar: "Bem, este é um lado meu que as pessoas não conhecem, tenho que agir assim ou assado para que elas o vejam." A coisa deveria ser: "Por que você age pensando nos outros? Você deveria fazer as coisas por você." É dessa maneira que eu funciono. Logo, não me importo muito com isso tudo.

Você se sente pressionada para se manter no topo? Pretende seguir outro rumo?

Eu quero fazer meus próprios filmes algum dia. Definitivamente quero dirigir. Eu dirigi um clipe (da banda Sage + The Saints), coisa pequena, e me diverti bastante. Mas tudo aumenta de proporção, não importa o que aconteça. Mesmo se eu tivesse feito tudo com uma Polaroid, as pessoas diriam: "O que ela fez agora? Vamos dar uma olhada." Bem, eu não tenho do que reclamar. É incrível que eu faça filmes. É estranho. É diferente.