RIO — O comando da Polícia Militar do Rio sofrerá mudanças. O coronel da reserva Alberto Pinheiro Neto, que comandava a corporação desde o dia 5 de janeiro, deixará o cargo no início de 2016, e será substituído pelo coronel Edison Duarte dos Santos Júnior, que atualmente chefia a Coordenadoria Especial de Assuntos Olímpicos (CEAO). A notícia surpreendeu oficiais da alta cúpula da PM. Pinheiro pretendia informar os comandantes da corporação numa reunião na segunda-feira, no Quartel General da Rua Evaristo da Veiga, mas a notícia foi antecipada, nesta sexta-feira, pela Secretaria estadual de Segurança.
Pinheiro Neto ficará no cargo até o dia 4 de janeiro. Segundo assessores do oficial, quando o coronel aceitou o convite do governador Luiz Fernando Pezão para assumir o cargo, houve um acerto prévio para que ele permanecesse apenas um ano à frente da instituição. Ao longo de dezembro, o coronel Edison Duarte vai trabalhar com outros oficiais numa espécie de transição.
MOMENTO DELICADO
O atual comandante deixa a PM num momento delicado para a corporação. A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) tem duas CPIs em andamento que investigam autos de resistência e desvios de armas. Membros da cúpula, inclusive o próprio Pinheiro Neto, têm sido chamados para prestar depoimentos.
Antes de assumir o principal posto da PM, Pinheiro Neto chegou a comandar o Batalhão de Operações Especiais (Bope) entre janeiro de 2007 e julho de 2009, onde serviu durante 15 anos. Depois, exerceu outras funções: foi coordenador de Assuntos Estratégicos, comandante de Operações Especiais e chefe do Estado-Maior Operacional da PM.
EXPERIÊNCIA COM GRANDES EVENTOS
O coronel Edison Duarte dos Santos Júnior foi o responsável por planejar as operações da PM para grandes eventos entre 2009 e 2013. No currículo, ele tem o planejamento das estratégias de policiamento usadas durante a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude (ambas realizadas em 2013).
— O perfil dele é muito parecido com o coronel Pinheiro Neto. É o que chamamos de um oficial “sem rasuras no currículo” — conta um oficial da cúpula da corporação.
O coronel também idealizou e administrou um convênio com a polícia nacional e o governo do Panamá para trocar experiências sobre o modelo de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) implantado no Rio. O país adotou duas unidades do gênero, entre 2012 e 2013, e as rebatizou de Unidades Preventivas Comunitárias (UPC).
O futuro comandante-geral da PM tem 47 anos, e está há 25 anos na corporação. Bacharel em Direito, com MBA em Gestão de Segurança Pública, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).