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Após vencer o ‘The Voice Brasil’, Ellen Oléria não tem medo de sumir: ‘O que garante a permanência é fazer bem’

Ela jura que não é supersticiosa (embora tenha “fé no amor, no pensamento positivo”), mas se apega até a essas coisas meio místicas para confiar que 2013 será maravilhoso. Afinal, depois de fechar o ano passado conquistando o país e os jurados no "The Voice Brasil", Ellen Oléria não tem como pensar pequeno para os próximos meses.

- Pra muita gente, 13 é o número da sorte, né... Nunca fui de me deixar levar muito por isso, mas acho que ele vai trazer energias boas pra mim também. O programa foi, pra mim, um portal mágico. E do outro lado encontrei muitas outras portas abertas - comemora a dona de um vozeirão arrepiante.

Além dos vários shows pelo Brasil afora, o grande projeto a ser tocado adiante é a gravação do CD que fez parte do prêmio pela vitória no reality show. No que depender de Ellen, o disco chegará às lojas ainda no primeiro semestre.

- É isso que mais tem aquecido o meu coração. Já gravei outros CDs, mas a limitação financeira, principalmente, restringia um pouco. Agora, temos pessoas altamente qualificadas para dar um suporte. É uma oportunidade de ouro - diz a cantora e compositora, que não descarta incluir no disco algumas das canções que mais levantaram o público ao longo do programa da Globo, como "Maria Maria", "Taj Mahal" e "Anunciação".

- Temos conversado sobre tudo e existem várias possibilidades. Expressei os meus desejos para os parceiros da Universal (gravadora): quero um CD festivo, cheio de balanço.

A trajetória de Ellen Oléria no “The Voice”, contudo, não passou apenas pela música. Muito se falou sobre o fato de ela ser negra e homossexual. Será que o sucesso da artista ajuda a romper um pouco com preconceitos?

- Não sei o que acontece que as pessoas gostam tanto de falar da minha negritude, mas acho maravilhoso. Creio que cabem pra mim todos os rótulos que eu escolher carregar. Sou negra, sou lésbica... E espero que eu possa inspirar as pessoas com essa minha maneira de lidar com as coisas, sejam elas negras ou não, lésbicas ou não.

Pra terminar, a pergunta que quase sempre rodeia um ex-participante de reality musical: rola um certo medo de, aos poucos, ir desaparecendo para o grande público?

- Não existe essa coisa de solidez no mercado fonográfico. O que garante a permanência é fazer bem, e continuar fazendo bem. Se o vendedor de uma loja se acomoda, ele também perde o emprego. Acho que o meu lugar no planeta está na força que eu deposito no meu trabalho, em cada ação, em cada empreitada. Eu seria mentirosa se dissesse que não quero vender, mas meu maior desafio está em juntar isso com os meus desejos e com o desejo das pessoas que vão acompanhar o meu trabalho.