22/09/2014 22h17 - Atualizado em 22/09/2014 22h31

Câmeras mostram agressão de policial militar a taxista em Franca

Vítima diz que PM segue fazendo ameaças e o perseguindo após episódio.
Comando da Polícia Militar informou que está investigando o caso.

Do G1 Ribeirão e Franca

Imagens registradas por câmeras de segurança de uma fábrica mostram o momento em que um policial militar agride um taxista durante uma abordagem de rotina em Franca (SP). Segundo a vítima, após denunciar o caso, o policial passou a persegui-lo e a fazer ameaças. O Comando da Polícia Militar informou que está apurando o caso.

A agressão aconteceu em 13 de julho, quando o taxista, que preferiu não ser identificado, fazia uma corrida com duas clientes pela Avenida Wilson Sábio de Melo, no Distrito Industrial. “Ele me pediu para parar, deu sinal para encostar, eu encostei. Estava eu e duas clientes dentro do carro. (...) Ele pediu para eu colocar a mão na cabeça, eu coloquei. Só que antes de colocar a mão na cabeça, eu coloquei o telefone no bolso, ele apertou minha mão, e começou a chutar minha perna”, relatou, contando ainda que uma de suas pernas tem uma prótese, devido a um acidente. Em seguida, o taxista disse que levou um tapa no rosto.

Depois de verificar o nome do motorista no sistema da polícia e averiguar que ele tinha passagem por prisão por dívida de pensão alimentícia, o policial continuou a abordagem de modo ofensivo, afirma o taxista. Segundo ele, o PM o chamou de vagabundo antes de liberá-lo.

Mais tarde, ele disse ter encontrado novamente o policial próximo a uma boate e que foi seguido até uma loja de conveniência, onde o taxista parou para comer. “Chegando lá, ele chegou perto de mim e falou, não para mim, mas para eu ouvir, que se o que tinha acontecido no Distrito Industrial saísse de lá, algo pior iria acontecer”, relatou.

Revoltada, a vítima foi atrás das imagens de segurança e registrou um boletim de ocorrência. Contudo, sentiu que os problemas só pioraram. Dias mais tarde, o taxista afirmou que foi surpreendido com uma multa por uma infração que não havia cometido - falta do uso de cinto de segurança. Contudo, ao questionar o policial, o mesmo ainda teria feito piada da situação, falando para ele faria com a multa o mesmo que ele tinha feito com a gravação, relatou o taxista. ”Ele falou como quem quer dizer ‘pode levar multa, pode levar vídeo, que meu capitão não vai fazer nada contra mim'”.

Polícia Militar
O Comando da Polícia Militar de Franca não informou há quanto tempo o cabo trabalha na cidade ou se possui outras denúncias, mas comunicou que estão sendo feitas investigações sobre o caso e que o policial passou a atuar como motorista da força patrulha, sob ordens diretas de um oficial.

Mesmo com a promessa de investigação, o taxista segue com medo. “Esse policial não está apto para ser um policial militar. Antes eu saía de casa pensando que havia policiais treinados para me defender. Agora saio com medo de tomar outra tapa na cara”, lamentou.

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