02/03/2014 03h04 - Atualizado em 02/03/2014 04h04

Nenê leva o amor à avenida com paixões proibidas e casais históricos

Carnavalesco Magoo fez sua estreia no comando da escola.
Baianas desfilaram com cores inéditas em vez do tradicional azul e branco.

Do G1, em São Paulo

Desfile da Nenê (Foto: Editoria de Arte/G1)

Para falar de amor, a Nenê de Vila Matilde colocou na avenida alguns dos casais mais famosos da história. A intenção era emocionar a arquibancada, os jurados e, assim, voltar ao topo na apuração do carnaval paulistano, disputa que não vence desde 2001. No ano passado, a agremiação foi a 8ª colocada e, pelo que mostrou em 2014, tem tudo para melhorar essa posição (veja mais de 40 fotos do desfile).

Com rima fácil e samba-enredo simples, a escola começou o desfile de seus 3 mil integrantes às 2h deste domingo (2) com a missão de contar inúmeras histórias em cerca de uma hora. "Vem meu amor, vou te beijar / Nosso desejo tá escrito no olhar / O proibido acende a chama / Explode o peito de quem ama".

Logo no abre-alas a Nenê causou impacto. Ao pegar emprestado da mitologia grega o romance de Orfeu e Eurídice, a escola acertou em cheio no carro com o cão de três cabeças Cérbero (que guardava os portões do mundo dos mortos onde estava Eurídice). Uma bela alegoria para mostrar a que veio a escola da Zona Leste.

O carnavalesco Pedro Alexandre, o Magoo, que pela primeira vez cuidou sozinho do desfile  (antes havia uma comissão), conseguiu desmembrar bem o enredo "Paixões proibidas e outros amores". As fantasias eram bonitas e bem acabadas; as alas, coloridas e alegres.

Magoo tentou inovar em todos os setores. A ala das baianas não usou o azul e branco da escola e pela primeira vez desde a fundação da agremiação, em 1949, vestiu vermelho e branco, representando amor e guerra.

A tradicional bateria nota 10 vestia roupas e chapéus de Napoleão Bonaparte, enquanto a rainha que vinha na frente dos instrumentos, Déborah Caetano, encarnava sua amada Desirée.

Outra bela alegoria foi dedicada ao casal Cleópatra e Marco Antonio. No carro, um grupo teatral de cerca de 40 pessoas fazia a encenação das tropas de Otávio Augusto que tentavam capturar Marco Antonio.

E não foram só os amantes internacionais os retratados. Dançaram no Sambódromo também, entre outros, Olga Benário e Luiz Carlos Prestes, Oswald de Andrade e Pagu e Dom Pedro I e Domitila de Castro, que inclusive eram citados no samba-enredo.

Entre as várias alas bastante criativas surgiram Picasso e seus amores, além de Dona Flor e seus dois maridos, em referência à obra de Jorge Amado. O casal Romeu e Julieta, de Shakespeare, teve direito a carro, assim como dois ícones do carnaval: Pierrot e Colombina.

Em resumo, Nenê de Vila Matilde fez bonito e se candidatou ao título do carnaval paulistano deste ano.

 

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