Política Eleições 2014

Vice de Alckmin assume coordenação financeira da campanha de Marina

Apesar das divergências causadas pela proximidade com tucanos, candidata não se opôs à indicação de Márcio França. Dos seis coordenadores da campanha, apenas dois devem ficar
O deputado federal Márcio França (PSB-SP) será o responsável pela coordenação financeira da campanha socialista Foto: Divulgação
O deputado federal Márcio França (PSB-SP) será o responsável pela coordenação financeira da campanha socialista Foto: Divulgação

SÃO PAULO - O candidato a vice-governador na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB-SP), deputado federal Márcio França (PSB-SP), vai assumir a coordenação financeira da campanha da candidata à Presidência Marina Silva. Ele trabalhará com o assessor de confiança da ex-senadora, Bazileu Margarido, indicado por ela para representar a Rede Sustentabilidade no comitê. Dos seis coordenadores da campanha, três já deixaram seus postos. E um quarto coordenador, Henrique Costa, deve deixar a campanha ainda nesta sexta-feira.

O nome de França foi passado para Marina pelo presidente do partido, Roberto Amaral, e a ex-senadora não se opôs. Para os socialistas, França, que sofria resistência da ex-senadora pela proximidade com os tucanos, no caixa da campanha e a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), de personalidade forte, na coordenação geral no lugar di secretário do partido Carlos Siqueira são gestos de que Marina está disposta a colocar fim nas divergências surgidas com a morte de Campos.

A exigência de um nome forte do partido para o comitê financeiro se deve porque, pela lei eleitoral, eventuais débitos da campanha serão transferidos do comitê eleitoral para a tesouraria da sigla. A afirmação de Marina, em reunião na noite de quinta-feira com partidos nanicos da coligação, de que caso eleita não disputaria a reeleição, também foi bem vista pelos socialistas.

No total, três pessoas da coordenação da campanha já deixaram seus postos. O ex-coordenador geral da campanha Carlos Siqueira, Milton Coelho, um dos responsáveis pela articulação política e mobilização da campanha, e Renato Thièbaut, da coordenação administrativa, são de Pernambuco e eram muito próximos de Campos desde sua gestão como governador. A avaliação interna do partido é de que não deve haver mais debandada da campanha e que motivos pessoais, como a distância da terra natal e da família após o acidente, foram determinantes para a ruptura. Uma quarta pessoa, Henrique Costa, também do financeiro e amigo de Campos, também deve deixar a campanha nesta sexta-feira. Dos seis coordenadores que iniciaram na campanha, apenas dois devem ficar. Alon Feuerwerker, de comunicação, e Maurício Rands, de programa de governo.

O deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) e Márcio França, acompanhados do prefeito de Campinas, Jonas Donizete, foram até o Palácio dos Bandeirantes agradecer ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) pelo empenho e agilidade na identificação e liberação dos corpos de Eduardo Campos, e das outras seis vítimas da queda do avião, no dia 13, em Santos. Em seguida, eles seguiram para o comitê, onde irão se reunir com Marina Silva e integrantes da equipe do programa de governo.

ENTREVISTA AO JORNAL NACIONAL

Com a candidatura já oficializada, Marina irá conceder entrevista ao Jornal Nacional na próxima quarta-feira, no mesmo molde já aplicado com os candidatos Aécio Neves (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e o próprio Eduardo Campos, com 15 minutos para perguntas e respostas. O ex-governador de Pernambuco e presidente do PSB morreu em acidente aéreo no dia seguinte à conversa com William Bonner e Patrícia Poeta.