• Marco Gomes
  • Marco Gomes
Atualizado em
Diário do Vale Marco Gomes boo-box (Foto: Época Negócios)
Marco Gomes (Foto: Divulgação)

(Foto: Leo Neves/Divulgação)

Eu sou o Marco Gomes, fundador da boo-box, empresa de publicidade em mídias sociais criada no Brasil há 7 anos e considerada uma das empresas mais inovadoras do mundo pela FastCompany e Forbes. Esta semana estou fazendo uma incursão pelo Vale do Silício, na Califórnia, com o CEO da boo-box, Luis Bernardes. Procuro embarcar neste tipo de viagem pelo menos uma vez por ano, para acompanhar o desenvolvimento do mercado de tecnologia diretamente do local onde a maior parte das inovações acontece.

Como empreendedores brasileiros fazendo uma incursão pelo Vale do Silício, eu e o Luís notamos hoje algumas características comuns em empresas de tecnologia daqui que são raras em grandes companhias do mercado brasileiro.
 

1. Empresa organizada como universidade, em campus 

Campus universitário nos Estados Unidos (Foto: Divulgação)

(Foto: Marco Gomes)

Muitas empresas do Vale do Silício têm origem em ambientes universitários, algumas delas inclusive tiveram origem em dormitórios, como o Facebook, ou em projetos de graduação, como o Google. Esta origem acadêmica acaba influenciando o desenvolvimento da companhia, e o fundador, normalmente, gosta de manter a organização de campus universitário. Google, Facebook, Yahoo e até mesmo os hubs com várias empresas, como a Plug & Play, têm um look and feel universitário muito presente, mesmo após anos de operação comercial. O campus é espaçoso, organizado em vários prédios independentes, mas interconectados, e os ambientes são amplos, com poucas baias e salas fechadas.
 

2. Comida à vontade, por toda a empresa

Alimentação é um mimo em empresas do Vale do Silício (Foto: Divulgação)

(Foto: Marco Gomes)

A alimentação abundante é um mimo para os funcionários. Em todos os andares é possível ver estações com café, snacks, frutas, sanduíches; além de refeitórios com culinária sofisticada, como em empresas como Yahoo, Apple e Google; ou mesmo múltiplos espaços gastronômicos. No Facebook, eu contei mais de cinco restaurantes diferentes espalhados pelo campus: tem hamburgueria, japonês, cafés, entre outros. 


3. Dress code flexível ou inexistente

No Vale do Silício, o DressCode não é flexível (Foto: Divulgação)

(Foto: Marco Gomes)

As empresas de tecnologia no Vale não costumam ter uniformes e nem mesmo dress code. Por ali, não tem essa de camisa e sapatos quatro dias por semana e casual friday com pólo e sapatênis. As empresas são totalmente flexíveis quanto às roupas dos funcionários, aceitando inclusive vestimentas étnicas ou religiosas, como véus e batas.
 

4. Loja de merchandising, produtos com o branding da empresa

Lojas vendendo produtos de sua marca: aposta de empresas do Vale do Silício (Foto: Divulgação)

(Foto: Marco Gomes)

Todas as grandes companhias de tecnologia que visitamos têm uma loja vendendo produtos com sua marca. Vi carregadores de celular do Google; porta-copos do Chrome; camisetas com frases engraçadas relacionadas à Apple; garrafas térmicas com a macã estampada; camisetas roxas com logo do Yahoo!; miniaturas do mascote do Android; toalhas do Facebook; adesivos com o ícone Curtir e diversas outras coisas.


5. Liberdade de circulação para funcionários e visitantes

Empresas fornecem espaços amplos para funcionários circularem e interagirem (Foto: Divulgação)

(Foto: Marco Gomes)

Os funcionários têm acesso à maior parte da empresa, juntamente com seus visitantes; não há muitas restrições de circulação. Como visitantes, pudemos andar livremente nos ambientes comuns, como recepção, restaurantes, salas de reunião e mesmo em ambientes que no Brasil seriam mais restritos, como estações de trabalho e áreas de descompressão.

O que acaba gerando mais produtividade e resultados 

As empresas de tecnologia do Vale têm um clima único e inconfundível. Para o empresário brasileiro, à primeira vista, pode parecer desorganizado e pouco produtivo, porém, é o exatamente o oposto. Segundo estudo da McKinsey, o valor gerado pelo trabalhador americano por hora está próximo de US$ 35, enquanto a contribuição do brasileiro é de cerca de US$ 5. Esta maior produtividade das empresas americanas é gerada não apenas por mais educação, melhores processos seletivos e de organização dos times, mas também pela liberdade de circulação e comportamento, acesso à alimentação e serviços gratuitos, entre outras características comuns em empresas de tecnologia do Vale do Silício. 
 

Marco Gomes, sua empresa foi premiada como uma das mais inovadoras do mundo (Foto: Divulgação)

Marco Gomes, sua empresa foi premiada como uma das mais inovadoras do mundo (Foto: Marco Gomes)

Marco Gomes, premiado como O Melhor Profissional de Marketing do Mundo pela World Technology Network, é o fundador da boo-box, apontada como uma das 5 empresas de publicidade mais inovadoras do mundo pelas revistas Fast Company e Forbes, e co-fundador do Mova Mais, o programa de benefícios para quem faz exercícios físicos. O profissional estudou Marketing Estratégico na Universidade de Stanford, Califórnia, e já palestrou na ONU em Nova York.