CHILE - Um enorme incêndio descontrolado destruiu parte da cidade de Valparaiso, no Chile, matando ao menos 12 pessoas e destruindo cerca de 2 mil casas. A tragédia, que começou no final da tarde de sábado, forçou a evacuação de aproximadamente 10 mil pessoas. O primeiro relatório de peritos descarta ação humana como causa do início do incêndio de grandes proporções.
A presidente do Chile, Michelle Bachelet, assinou um decreto que declara estado de exceção — que considera a área zona de desastre — por conta da catástrofe. A chefe de Estado chegou pela manhã à cidade portuária para coordenar a operação de emergência, e lamentou a tragédia.
— Este é talvez o pior incêndio na história de Valparaíso, e todos sabemos muito bem o impacto que isso tem na vida de muitos — disse a presidente do país, Michelle Bachelet.
A contagem havia chegado a 16 mortos, mas, pouco depois, as autoridades voltaram atrás, divulgando o número correto como sendo de 12 mortos, embora não descartem a possibilidade de aumento desta cifra, devido aos desaparecidos. Segundo o capitão Sergio Rodríguez, “houve um cruzamento de informações” na contagem das vítimas entre as polícias civil (Polícia de Investigações) e militar (Carabineiros), resultando em um registro a mais de cinco vítimas.
O prefeito de Valparaíso — cidade que tem 270 mil habitantes —, Jorge Castro, descreveu o incêndio como o pior da história da cidade, que abriga o porto mais importantes do país, e está localizada a cerca de 135 quilômetros a oeste da capital Santiago.
Os bairros La Cruz e Las Canas estão entre os mais prejudicados pelo incêndio. Equipes de ambulâncias trataram moradores por inalação de fumaça conforme o fogo tomava conta dos quarteirões.
O fogo, alimentado por fortes ventos da costa do Pacífico, foi o responsável pela morte de dois idosos, disse a uma rádio local. Os relatórios iniciais também indicam que houve pelo menos quatro pessoas com diferentes graus de lesões.
O acidente, que atingiu 270 hectares, começou como um incêndio florestal, mas o forte vento fez com que se propagasse para zonas povoadas.
O Estado de Exceção, que já havia sido decretrado após o terremoto de 8,2 graus de magnitude que atingiu o Norte do país no começo do mês, quando seis pessoas morreram, permite às Forças Armadas o comando para garantir a ordem e a segurança, além de coordenar os trabalhos de evacuação.