27/08/2014 11h50 - Atualizado em 27/08/2014 15h13

Eduardo Jorge diz que, se eleito, quer acabar com salário de vereadores

Candidato participou de série de entrevistas do G1 com presidenciáveis.
Para ele, medida seria uma maneira de fortalecer a política nos municípios.

Do G1, em Brasília

O candidato do PV (Partido Verde) à Presidência da República, Eduardo Jorge, afirmou nesta quarta-feira (27), durante entrevista ao vivo ao G1, que, se eleito, vai propor projeto para acabar com o salário dos vereadores em todo o país.

Na opinião do candidato, a medida daria a possibilidade de aumentar o número de vereadores nos municípios e, com isso, fortaleceria a democracia representativa.

"Como a gente quer tornar o município foco da vida política administrativa, porque é lá que o povo pode participar mais, então, descendo mais aos municípos, estamos tirando o salário dos veradores. O vereador vai ser uma função de relevância pública, como em vários países. Com  isso, podemos aumentar o número de vereadores e aumentar a democracia representativa porque a gente quer que o povo volte a gostar da democracia representativa", afirmou.

O candidato do PV à Presidência, Eduardo Jorge, é entrevistado no estúdio do G1 (Foto: Caio Kenji/G1)O candidato do PV à Presidência, Eduardo Jorge, é
entrevistado no estúdio do G1 (Foto: Caio Kenji/G1)

Durante cerca de 45 minutos, Jorge respondeu a perguntas de internautas e do portal, em três blocos, conduzidos pelos jornalistas Tonico Ferreira, da TV Globo, e Nathalia Passarinho, do G1. A ordem dos candidatos na série de entrevistas com os presidenciáveis (veja ao final desta reportagem) foi definida por sorteio na presença de representantes dos partidos de todos os candidatos. A presidente Dilma Rousseff, candidata sorteada para o primeiro dia da série de entrevistas (28 de julho), não compareceu por problemas de agenda, segundo a assessoria do Palácio do Planalto. Além de Jorge, já foram entrevistados Zé Maria (PSTU), Aécio Neves (PSDB), Mauro Iasi (PCB), Eduardo Campos (PSB), Rui Costa Pimenta (PCO), Levy Fidelix (PRTB) e Eymael (PSDC).

Eduardo Jorge explicou que a proposta de mudança na função de vereador é uma maneira de os políticos se aproximarem da população. Ele disse ainda que se preocupa com o desprestígio que, segundo afirmou, a política entre a população.

"Eu vou poder aumentar muito a quantidade de vereadores que eu tenho, muito mais gente participando, porque tem muita gente que gosta da democracia participativa. A filosofia dessa reforma é levar os políticos para mais perto do povo. Estou preocupadíssimo com o desprestígio da democracia participativa", afirmou Jorge.

 

Maconha
O candidato do PV disse que a legalização da maconha seria "um avanço tremendo para o Brasil", porque enfraqueceria o crime organizado e permitiria que a polícia concentrasse ações em criminosos mais violentos.

"A legalização da maconha, para o Brasil, seria um avanço tremendo. Daria um golpe fortíssimo na economia do crime. Haveria menos jovens pobres nas prisões. A legalização vai libertar a polícia para procurar criminosos mais violentos", afirmou.

Ele também disse que a legalização permitiria tratamento mais "adulto" aos dependentes.

"Você teria uma condição de tratar com as pessoas que querem usar de uma forma adulta. O que eu diria sobre a maconha, se fosse legalizada, é o que digo sobre o álcool e o tabaco. É melhor não usar, por isso, isso e isso. Mas se for usar, use o menos possivel. Se você tiver sintomas de dependência, eu quero te ajudar o mais rápido possivel", disse o candidato.

O candidato ainda falou sobre a legalização de drogas mais pesadas, como a cocaína.  Segundo Jorge, nestes casos, a legalização seria progressiva e seria preciso examinar "caso por caso" para avançar no tema.

"As outras drogas mais pesadas, cocaína, crack, isso continuaria na ilegalidade, por enquanto, e você vai examinando caso por caso. Cada caso desse merece um tratamento. A dependência da droga é um tipo de escravidão. Então por enquanto nós vamos tratar, o que já seria um grande avanço para o Brasil, com a questão da maconha, porque ela é mais leve [...] O crack é uma que eu acho que nós nunca vamos legalizar. O crack, é altamente destrutivo", afirmou.

A legalização da maconha, para o Brasil, seria um avanço tremendo. Daria um golpe fortíssimo na economia do crime."

Mais Médicos
Eduardo Jorge disse que o programa Mais Médicos, do governo federal, é "necessário" porque o governo não investiu em saúde nos últimos anos.

Ele afirmou que o programa foi feito de forma "atabalhoada" e que tem caráter "eleitoreiro".

"O programa Mais Médicos foi necessário. O governo federal se agarrou a essa tábua de salvação porque eles governaram por 12 anos, e a saúde só piorou, infelizmente. Os 12 anos do PT foram medíocres na área da saúde [...] Importar médico é uma coisa que é feita em todos os países. Mas importar de uma forma mais organizada. Você tem que respeitar a legislação do país, a validação, respeitar a legislação trabalhista do país. Então foi feita uma coisa de forma atabalhoada para ter efeito eleitoral", disse.

Carreira federal de médico
Ainda no tema da saúde, o candidato do PV afirmou que, se eleito, vai criar uma carreira nacional para médicos, enfermeiros e agentes comunitários.

Ele defendeu ainda a progressão na carreira como forma de estimular o profissional. Jorge deu exemplo de que o profissional começaria como "médico 1" e poderia progredir para "médico 2", "médico 3", e assim sucessivamente.

"Eu tenho que correr para começar um programa mais consistente, que é criar uma carreira nacional de médicos de saúde da família com base municipal, junto com a enfermeira também, com os agentes comunitários. Que a pessoa possa entrar no programa e ser médico um, quando entra. Depois de cinco anos, faz um acesso ao médico dois, três, quatro, cinco seis. Porque se não, hoje eu entro como médico um e daqui 20 anos continuo a mesma coisa. Que você possa ter uma progressão, possa se estabilizar na carreira, possa fazer transferência de cidades por concurso de acesso", argumentou o candidato.

Vegetarianismo
Eduardo Jorge também se disse favorável à alimentação vegetariana como modelo a ser divulgado para a sociedade. Apesar de defender a prática, o candidato do PV afirmou não querer "impor" o vegetarianismo no Brasil.

"É claro que a gente não está querendo impor a alimentação vegetariana para ninguém. Nós vamos dar o nosso exemplo pessoal e dizer por que  seria importante, não só para as pessoas, mas para a sociedade, que você fosse menos carnívoro. Isso é uma questão de política importante, porque a alimentação vegetariana é mais saudável, portanto vai ser mais saúde, menos doenças e menos dinheiro que eu vou gastar no SUS com você", disse.

Outro benefício, segundo ele, é que o alimento vegetariano demanda menos espaço para produção, que também é menos poluente. 

"A alimentação vegetariana ocupa menos espaço para produzir, no mesmo espaço eu produzo muito mais alimento, e além do que não polui tanto quanto a criacão de gado. E é um elemento da cultura de paz. Nós vamos dar as razões e as pessoas seguem se quiserem. Eu penso nos meus netos, nos meus bisnetos, não penso só em mim", disse.

Os próximos entrevistados da série do G1 com os presidenciáveis são os seguintes:
- 29 de agosto: Pastor Everaldo (PSC)
- 2 de setembro: Luciana Genro (PSOL)
- 3 de setembro: Marina Silva (PSB)

Entrevistas já concedidas:
- 31 de julho: Zé Maria (PSTU) - assista na íntegra
- 4 de agosto: Aécio Neves (PSDB) - assista na íntegra
- 7 de agosto: Mauro Iasi (PCB) - assista na íntegra
- 11 de agosto: Eduardo Campos (PSB) - assista na íntegra
- 20 de agosto: Rui Costa Pimenta (PCO) - assista na íntegra
- 22 de agosto: Levy Fidelix (PRTB) - assista na íntegra
- 25 de agosto: Eymael (PSDC) - assista na íntegra
- 27 de agosto: Eduardo Jorge (PV) - assista na íntegra

Veja a íntegra da entrevista de Eduardo Jorge bloco a bloco:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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