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27/03/08 - 07h44 - Atualizado em 27/03/08 - 07h44

Aliança PT-PSDB ajudou a eleger 149 prefeitos em 2004

Em 51 desses municípios, houve dobradinha: um partido tem prefeito e outro o vice.
Eleitos pela aliança, tucano e petista dizem querer manter parceria no pleito deste ano.

amauri arrais Do G1, em São Paulo

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Beto Novaes / O Estado de Minas
Ag. Estado/AE
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT) (Foto: Beto Magalhães / O Estado de Minas / AE)

Estopim de discussões internas nos dois partidos desde que o governador tucano de Minas Gerais, Aécio Neves, e o prefeito petista de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, decidiram costurar um acordo para disputar a prefeitura da cidade, PT e PSDB integraram em 2004 coligações que permitiram eleger 149 prefeitos, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em 51 dos 149 municípios, um dos partidos tem o prefeito e o outro o vice.

 

Para alguns desses governantes, além de ter ajudado na eleição, a aproximação entre os dois partidos - rivais no Congresso – traria benefícios à política nacional.

O tucano Dagoberto Campos, que administra a pequena Pereira Barreto, cidade com pouco mais de 24 mil habitantes a 310 km de São Paulo, não vê razão para embates ideológicos.

“Não vou fazer uma administração pública voltada por um ranço, um rancor de políticos regionais ou a nível de presidência partidária. Isso existe, mas são coisas contornáveis hoje”, avalia o prefeito que, com um vice petista, venceu o adversário do PTB em 2004.

“Se você estender isso em nível partidário, a gente vê que a política municipalista não deve ser contaminada por disputas regionais ou nacionais”, completa.

Divulgação
Divulgação
A petista Moema Gramacho, prefeita de Lauro de Freitas (BA): 'PSDB estará no leque de alianças' (Foto: João Raimundo / Divulgação)
  Camisa-de-força

Na Bahia, onde a aliança PT-PSDB ajudou a eleger 16 prefeitos em 2004, o maior número entre os estados, petistas e tucanos têm uma explicação história para o bom resultado da parceria.

“O PSDB sempre compôs com a gente a bancada de oposição ao ‘carlismo’”, conta a petista Moema Gramacho, prefeita de Lauro de Freitas, referindo-se às sucessivas administrações do senador Antonio Carlos Magalhães e seus aliados políticos no estado.

Satisfeita com a aliança, a prefeita e ex-deputada, cujo vice e secretário de Administração é tucano, disse que o partido do presidente Lula nunca impôs limitações.

“Não vejo nenhuma possibilidade, como militante petista que sou, de ter essa camisa-de-força. Acho que em nível nacional deve haver essa sensibilidade também de liberar os estados”, disse.

 

Mesmo com a morte de ACM, no ano passado, e a derrota do carlismo nas urnas nas eleições para governador, a petista, que é pré-candidata à reeleição, acredita que a aliança deve permanecer.

“Não posso garantir que vamos manter a vaga de vice porque essa situação ainda está sendo discutida, mas com certeza o PSDB estará no nosso leque de alianças”, diz.

 

  'De portas abertas'

“Tanto um quanto o outro [PT e PSDB] estiveram no governo federal e estão muito próximos na forma de administrar. Até porque o PT aproveitou muitos programas do PSDB, como o Bolsa Família, que já existia. Tenho que tirar o chapéu para o presidente Lula”, afirma Sidney Antonio de Sousa (PSDB), o Sidinho, prefeito da mineira São João del-Rei, terra da família de Aécio.

Nesse caso, porém, um “problema administrativo” que envolveu funcionários da prefeitura provocou o rompimento com o vice, do PT, o que Sidinho diz lamentar.

 

"Tivemos um golpe na prefeitura da ordem de R$ 3 milhões. Acionamos a polícia, informamos o Ministério Público e o Tribunal de Contas, apurou-se a irregularidade, prenderam-se os responsáveis e confiscamos parte dos bens. Infelizmente, o PT resolveu abandonar o governo”, diz.

Mesmo diante do desentendimento com o vice, uma aliança com o PT na próxima eleição não está descartada em São João del-Rei. “O PSDB está de portas abertas para conversar com o PT. Essa chancela tenho do meu partido”, afirma.

 

Xando P.
Ag. A Tarde/AE
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, na posse do presidente do partido na Bahia (Foto: Xande Pereira / AE)
  Prática comum

Secretário-geral da Executiva Nacional do PSDB, o deputado Rodrigo de Castro (MG) não vê a aliança como uma tendência. “Se pegarmos os maiores municípios, não é uma pratica comum”, minimiza.

Segundo Castro, mesmo no caso de Belo Horizonte, as negociações para uma possível aliança só provocaram discussões no partido por ser o estado governado por um possível pré-candidato a presidente em 2010.

Na noite da última terça (25), a Executiva tucana aprovou resolução que submete a aprovação das alianças ao diretório estadual nas cidades com até 50 mil eleitores. Nas cidades com mais eleitores, a coligação será avaliada pelo diretório nacional.

De acordo com o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), o partido recomenda um elenco de alianças preferencial, mas também prevê exceções. “Sabemos que existem essas cidades, e o PT avalizou, não foi feito à revelia do PT”, diz.

Um exemplo clássico, diz Berzoini, foi a aliança do PT com PSDB no Acre em 1998, que elegeu o ex-governador Jorge Viana. Isso ocorre porque, segundo o petista, nos municípios, “questões mais objetivas da gestão se colocam em relação à vida da cidade. O conflito ideológico está mais no plano nacional”, disse.

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