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Remanescente do "Trem Bala", Eder Luis busca vaga em nova engrenagem

Remanescente de equipe campeã da Copa do Brasil há cinco anos, atacante se livra de dores no joelho, volta a sorrir e tem bom desempenho em atividades em Pinheiral

Por Pinheiral, Rio de Janeiro

Experiência de veterano, ambição de menino. Eder Luis une como poucos jogadores a mescla que tem sido característica do Vasco que se prepara para 2016 em Pinheiral. Membro mais antigo do elenco, o atacante integra, ao menos no papel, o grupo dos trintões que prometem ditar o rumo do retorno à elite do futebol brasileiro. As angústias e indefinições que viveu no passado recente, entretanto, fazem dele mais um dos que precisa provar que pode, sim, ser importante para Jorginho. E pelo que tem demonstrado na pré-temporada, há motivos para otimismo.  

Eder Luis treino Vasco em Pinheiral (Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br)Eder Luis tem participado bem dos treinos do Vasco em Pinheiral (Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br)



Totalmente recuperado da lesão no joelho que o afastou dos gramados praticamente por dois anos, Eder Luis entrou 2016 zerado. As dores não incomodam mais, e a renovação de contrato até o fim de 2017 foi um voto de confiança da diretoria para quem foi um dos destaques do título da Copa do Brasil de 2011, no time batizado de "Trem Bala da Colina", e soma 164 jogos e 27 gols com a camisa Cruz-maltina.  

De volta a São Januário em meado do ano passado após passagem frustrante pelo Al-Nasr, dos Emirados Árabes, Eder até encheu o torcedor de esperança, mas só conseguiu entrar em campo cinco vezes. No período no Oriente Médio, o atacante de 30 anos rompeu o menisco do joelho direito e deu início a uma via-crúcis. A grave lesão o levou à Itália, no início de 2014, onde foi submetido à implantação de menisco de cadáver. O procedimento, que é raro no Brasil, terminou não sendo bem-sucedido.

O Eder Luis é uma felicidade para a gente, porque ele precisa desse trabalho de pré-temporada. Ele está bem, zerado
Alex Evangelista, gerente científico

O corpo do jogador rejeitou o enxerto da operação italiana e, além de um pequeno ajuste cirúrgico no local pouco tempo depois, o atacante voltou para mesa de um hospital. Na clínica do ortopedista Rene Jorge Abdalla, especialista em cirurgia de joelho, Eder retirou o implante e realizou outra operação no fim de 2014. Recuperado, voltou ao Vasco quase seis meses depois, mas passou mais tempo no departamento médico do que em campo.  

O martírio, entretanto, parece ter chegado ao fim, e Eder Luis chegou a Pinheiral para pré-temporada em plenas condições. Gerente científico do Vasco, Alex Evangelista falou sobre a situação do jogador:  

- O Eder Luis é uma felicidade para a gente, porque ele precisa desse trabalho de pré-temporada. É um jogador que em determinado momento temos que tirar para fazer algum trabalho específico, mas é normal. Ele está bem, zerado.  

Eder Luis, Vasco x Coritiba, Especial Copa do Brasil (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco)Eder Luispuxa o "Trem Bala da Colina" com Diego Souza (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco)

O desempenho de Eder nos treinamentos vai ao encontro das palavras de Alex. Alvo que questionamentos de torcedores nas redes sociais a respeito do desempenho, ele foi um dos melhores jogadores dos reservas no coletivo do último sábado, juntamente com o jovem Matheus Índio. Pelo lado esquerdo de ataque, a dupla realizou boas tabelas e complicou a vida de Madson e Luan.  

Reserva imediato de Jorge Henrique, Eder tem demonstrado ainda uma versatilidade maior do que o titular nas atividades no Sul do Rio de Janeiro. Enquanto o dono da posição fica mais restrito a ações pelo lado esquerdo, ele cai pelas duas bandas do campo e começa a demonstrar a velocidade que sempre lhe foi característica.  

Na próxima sexta-feira, a tendência é que Jorginho escale os reservas em jogo-treino diante do Barra Mansa, às 16h (de Brasília), no CT João Havelange. Eder Luis estará em campo e terá mais uma chance para provar que o atacante insinuante e importante para o "Trem Bala" ainda existe. Ao menos os sorrisos e as brincadeiras daquela época já voltaram ao dia a dia.