Rio

Novo Museu da Imagem e do Som começa a surgir na paisagem de Copacabana

Com a retirada de andaimes de proteção, linhas arrojadas da futura sede do MIS já podem ser vistas da orla

A parte mais alta da fachada do novo Museu da Imagem e do Som já aparece na Avenida Atlântica
Foto: Márcia Foletto /
Agência O Globo
A parte mais alta da fachada do novo Museu da Imagem e do Som já aparece na Avenida Atlântica Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

RIO — Quem passa pela orla de Copacabana já começa a perceber que há novas linhas surgindo na paisagem. Esta semana, foram retirados os andaimes de proteção da fachada da futura sede do Museu da Imagem e do Som (MIS), na Avenida Atlântica. Dividida em três etapas, a execução das fundações foi um dos maiores desafios do projeto, que começa a entrar na reta final: as obras serão concluídas no fim deste ano.

— Participar da concepção e implantação da nova sede do MIS e acompanhar de perto a evolução dessa obra têm um significado muito especial para nós. É a celebração de uma trajetória que trouxe para o Brasil um novo conceito de museus — contou Hugo Barreto, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, uma das realizadoras do projeto.

ARQUITETOS FIZERAM O HIGH LINE DE NOVA YORK

O cuidado e a preocupação com o meio ambiente estão presentes em todas as fases da obra, desde a demolição do prédio que ocupava originalmente o terreno, onde funcionou a extinta boate Help. A operação foi realizada de forma seletiva e teve um índice de reciclagem e reaproveitamento de 99,81% dos materiais. A iniciativa motivou a busca da certificação Leed (Liderança em Energia e Projeto Ambiental, em português), concedida pela ONG americana U.S. Green Building Council, de acordo com os critérios de racionalização de recursos atendidos por um edifício.

Com 9,8 mil metros quadrados de área, divididos em sete pavimentos, a nova sede abrigará salas de exposição de pequena e longa duração, salas para atividades didáticas, uma sala de teatro e cinema com 280 lugares, espaços destinados à pesquisa e o Museu Carmen Miranda, além de lojas, restaurante panorâmico, bar, boate e mirante.

O aspecto arquitetônico do novo MIS foi baseado em duas ideias: a da rua como local de entretenimento e como símbolo da criação popular, representando parte da produção artística da cidade. A intenção é conduzir o visitante para um passeio pelo acervo da instituição, pelo Rio de Janeiro e pelo tempo. Os responsáveis pelo projeto se inspiraram nas curvas do calçadão de Copacabana e desenharam um prédio capaz de dialogar com a paisagem, democratizar a vista da praia e ser um novo ícone carioca. Eles “dobraram” a calçada, transformando a estrutura em um boulevard vertical.

— A escolha de Copacabana como seu endereço está intimamente ligada ao caráter plural do bairro, um dos cartões-postais mais conhecidos no mundo. O prédio que estamos construindo tem um projeto arrojado, de incrível arquitetura, com espaços pensados para que o público desfrute de um acervo maravilhoso — comentou a secretária estadual de Cultura, Adriana Rattes.

Dividido em sete pavimentos, projeto será concluído no fim deste ano Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo
Dividido em sete pavimentos, projeto será concluído no fim deste ano Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

A nova sede do museu teve concepção arquitetônica escolhida em concurso internacional vencido por Elizabeth Diller e Ricardo Scofidio, titulares do estúdio Diller Scofidio + Renfro, também responsáveis pelo High Line Park, em Nova York. No Rio, o suporte é do escritório do arquiteto Luiz Eduardo Índio da Costa.

O projeto do novo MIS é uma realização da Secretaria estadual de Cultura, da Fundação Roberto Marinho e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, tendo a Rede Globo, o Itaú e a Natura como patronos; o patrocínio da Vale, da IBM, da Ambev e da Light, o apoio do Grupo Votorantim e o financiamento para infraestrutura do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

FOTOGALERIA: As obras do Museu da Imagem e do Som