No Acre é possível encontrar onça-pintada, macacos, jacarés, araras e cobras de várias espécies. Mas o que vem chamando atenção no estado é um animal improvável na região Amazônica: uma "zebra". O animal, que na verdade trata-se de um jegue, vive na região do bairro Calafate, em Rio Branco, e atende pelo nome de Ronaldinho. A cada 20 dias, o jegue ganha listras pretas, desenhadas cuidadosamente pelo seu dono, o fotógrafo Benedito Rodrigues de Oliveira, de 44 anos.
Rodrigues, como é conhecido, explica que as listras que "transformam" o jegue em zebra são feitas com tintura para cabelo. Porém, diz tomar cuidado para não utilizar nenhum produto que cause alergia ao animal. "Não uso nada que maltrate o couro dele", afirma.
Ele conta que a ideia de pintar um jegue de zebra para fotografar surgiu em 2004. "Eu vi um fotógrafo de Manaus que estava no Acre, que pintava um jegue e o levava para que as pessoas pudessem tirar foto. Aí, eu tive a ideia de fazer o mesmo, porque fica mais bonito na fotografia", conta.
Com R$ 600, ele comprou o jegue e a partir de então começou a levá-lo para diversos tipos de eventos, desde aniversários a feiras, onde costuma cobrar R$ 10 por cada fotografia com a "zebra acreana". Segundo ele, o investimento inicial foi quitado rapidamente e por mês ele consegue ao menos um salário mínimo. Dinheiro que ele credita ao carisma do animal.
"As pessoas gostam muito dele, das crianças aos adultos. Algumas mulheres até cheiram e beijam o jegue", conta rindo.
Após 10 anos de atividade, Ronaldinho está prestes a se aposentar. "Já penso em comprar outro e deixá-lo quietinho no canto dele, porque já está meio velho. Mas vou continuar cuidando dele porque animal nenhum se deve maltratar", afirma.