12/09/2014 13h43 - Atualizado em 12/09/2014 13h43

Ambulantes denunciam supostas agressões da Ordem Pública

Ambulantes relatam que agentes de Petrolina, PE, têm feito ameaças.
Secretário de Ordem Pública ressalta que está sendo cumprida a lei.

Do G1 Petrolina

Os vendedores ambulantes que ficam na região central de Petrolina, no Sertão pernambucano, reclamam de supostas agressões por parte dos agente da Secretaria de Ordem Pública da cidade. As denúncias começaram a surgir há cerca de seis meses.

Um homem, que não quis se identificar, diz que foi uma das vítimas. “Eles já chegaram agredindo a gente quando falamos alguma coisa, eles vieram nos algemar. Tem um motorista que vem ameaçando de nos dar um tiro. Já foram quatro a cinco pessoas agredidas e a gente dá queixa e nada se resolve”, relata.

O vendedor ambulante revela que se sente mal com as frequentes abordagens. “Me sinto humilhado, se a gente for roubar, vai preso. Se for traficar, também. Estamos tentando trabalhar e eles não querem deixar”, lamenta  homem.

Outra vendedora disse que teve uma bolsa com pertences levada por um dos guardas e prestou queixa por roubo. “Eu estava com minha bolsa e eles levaram. Fui na delegacia e dei queixa por roubo. Quando eu peguei de volta a bolsa, estava faltando dinheiro e mercadoria. Eu trabalho vendendo chip de celular e fui roubada”, denuncia a ambulante.

O secretário de Ordem Pública e Segurança Cidadã de Petrolina, Jenivaldo Santos, afirma que está sendo feita a desobstrução das calçadas principalmente no Centro, onde o fluxo de pedestres é intenso. Por isso, os agentes estão fazendo cumprir a Lei 09/83 que consta no Código de Postura de Petrolina e no Plano Diretor. A legislação, no artigo 51, diz que é proibido impedir e embaraçar o trânsito das calçadas por qualquer meio.

Neste caso, o secretário relata que durante as abordagens, a Ordem Pública tem dado a oportunidade aos ambulantes que estão fazendo comércio nas calçadas para que eles peguem as mercadorias e se retirem. Contudo, recentemente alguns ambulantes têm reagido às  ações. “Os vendedores têm se articulado para enfrentar a fiscalização. Em alguns casos, houve desacato aos funcionários e certas situações foram parar na delegacia. Tudo que foi feito, foi para respeitar o cumprimento da legislação”.

Em casos de excesso por parte dos agentes da Ordem Pública, os vendedores devem procurar a Ouvidoria do município. “Até agora não tivemos conhecimento de nenhuma denúncia na Ouvidoria sobre a ação dos agentes”, explica Jenivaldo.

Na cidade de Petrolina existem cerca de 320 ambulantes cadastrados pela prefeitura, sendo 208 localizados no Mercado do Turista e os remanescentes na Rua Abílio Dias e Travessa Padre Fraga.

“Os ambulantes que foram locados no Mercado do Turista estão cadastrados de 10 a 20 anos. Mas os cadastros foram suspensos por falta de espaço. Os remanescentes foram autorizados a ocupar a Rua Abílio Dias e Travessa Padre Fraga. Não está prevista a construção de um outro espaço na cidade, pois o local deve ser de grande fluxo”, explica.

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