Foi uma despedida em grande estilo. Na tarde desta quinta-feira,
horário local, os poucos presentes ao Palacio de Deportes de Granada puderam
ver uma atuação quase perfeita da seleção brasileira diante do fraco time do Egito, em seu último compromisso
pela primeira fase da Copa do Mundo. O placar de 128 a 65 (67
a 23) foi o maior de uma equipe neste Mundial – ultrapassando EUA 114 x 55 Finlândia
- e fruto de muito foco e intensidade durante os 40 minutos de jogo, especialmente
no primeiro tempo.
O resultado deixa os jogadores com moral para as oitavas de
final, em Madri, no próximo domingo, contra a Argentina, que perdeu para a Grécia por 79 a 71.
- Foi muito positivo nosso desempenho. Talvez contra a Espanha a gente não
tenha conseguido fazer aquilo que queria. Mas vencemos bem os
adversários que precisávamos e terminamos essa fase com uma vitória que
nos enche de moral - disse Marcelinho Huertas ao SporTV.
Leandrinho foi o cestinha da partida, com 22 pontos e um aproveitamento de 100% nos arremessos de longa distância (3/3) - ele ainda deu cinco assistências. Varejão e Alex, ambos com 15 pontos, foram outros destaques. Raulzinho deu 10 assistências e também ajudou a equipe a chegar a uma pontuação centenária. Do outro lado, Elgammal e Gendy assinalaram 16 e 14 pontos, respectivamente. Os egípcios chutaram 34 bolas de três pontos e acertaram 11.
Nem mesmo a classificação antecipada como segundo do grupo A
foi o suficiente para diminuir o ímpeto dos comandados de Rubén Magnano, que marcaram
como sempre e foram brilhantes na transição e nos arremessos de quadra. Só no
primeiro tempo, o percentual foi de 87% nos dois pontos e 45% nos de três.
Debaixo da tabela, “os três grandes”, como são chamados Splitter, Nenê e Varejão
pelos adversários, sobraram e dominaram os rebotes. O treinador também
aproveitou para rodar mais seu elenco, poupando alguns atletas para a primeira “decisão”
daqui a três dias, com transmissão do SporTV e cobertura em Tempo Real do GloboEsporte.com.
Os assinantes do Canal Campeão também podem acompanhar pelo SporTV Play.
Completo e equilibrado, Brasil abre vantagem
Se havia alguma expectativa de um jogo perigoso, por um
possível relaxamento em quadra, diante de uma equipe muito mais fraca, ela foi
embora nos primeiros 3m20, tempo que Varejão, hoje titular, e Marcelinho Huertas
acharam para ajudar o time a fazer 13 a 0. Com sete e oito pontos,
respectivamente, os atletas tiveram 100% nos tiros. Atordoados, os egípcios não
sabiam o que era cesta e viam os brasileiros ampliarem quase em todos os ataques. Só nos primeiros dez minutos, foram 13 acertos e 18 tentativas
(78%). O aproveitamento nos dois pontos foi simplesmente fora do normal com 92% (11/12), assim como nos lances livres. Dos 10, nove entraram (90%). Debaixo
da tabela, “os três grandes” criaram a sua área VIP, sendo anfitriões nada
cordiais. Foram 14 rebotes do Brasil contra apenas quatro dos africanos (37 a
10).
O atropelamento continuou no segundo quarto, e o Brasil
jogava por música. O percentual de acerto no ataque cresceu – 72% para 74% - com
as bolas de três, sendo duas de Leandrinho, destaque da parcial com 13 pontos e
83% nos arremessos. A defesa continuava firme, criando muitas transições, o que
proporcionou a vantagem de 44 pontos de diferença apenas no primeiro tempo (67
a 23).
Não tanto como contra a Sérvia na quarta-feira, o Brasil
voltou menos intenso na defesa para o terceiro quarto. O fato permitiu aos
rivais chutarem muitas bolas livres de três, equilibrando a parcial. Com 15
pontos neste quesito, o Egito venceu o período por 25 a 24. Depois de descansar
no segundo quarto, Huertas voltou à quadra e manteve os 100% de aproveitamento
nos tiros de quadra, alcançando os 12 pontos. Leandrinho (16) e Alex (15) eram
os cestinhas, com percentual de 86%.
Os últimos 10 minutos finais serviram para que a maior “goleada”
desta Copa do Mundo fosse concretizada, com a parcial vencida por 37 a 17. Quem
contribuiu muito para isso foi Marcelinho Machado com seus 13 pontos, nove
deles em bolas de três. Leandrinho, com mais seis, foi o cestinha do jogo com
22. O resultado dá moral à seleção para a sequência da competição, agora em
Madrid. No domingo, duelo ainda sem adversário definido, pelas oitavas de
final.
Escalação:
Brasil: Marcelinho Huertas (12), Alex (15), Marquinhos (4), Nenê (7) e Anderson Varejão (15). Entraram: Larry Taylor (4), Raulzinho (14), Marcelinho Machado (16), Leandrinho (22), Guilherme Giovannoni (4), Rafael Hettsheimeir (7) e Tiago Splitter (8). Técnico: Rubén Magnano
Egito: Ramy Ibrahim (9), Haytham Kamal (7), Youssef Shousha (5), Ibrahim Elgammal (16) e Wael Badr (0). Entraram: Moustafa Elmekawi (3), Seif Samir (2), Amr Gendy (14), Moamen Abouelanin (3), Sherif Genedy (2), Mouhanad Elsabagh (4) e Ashraf Rabie (0). Técnico: Amr Abouelkhir