13/02/2016 09h25 - Atualizado em 13/02/2016 09h33

Artista coloca milhares de coletes de imigrantes durante Festival de Berlim

Evento organizará iniciativas especialmente destinadas a ajudar refugiados.
18 filmes disputam o grande prêmio da Berlinale neste ano.

Do G1, em São Paulo

Instalação do artista chinês Ai Weiwei usando coletes salva-vidas deixados por migrantes nas praias gregas nas colunas da sala de concertos Schauspielhaus, em Berlim, onde ocorrerá o 66ª  Festival Internacional de Cinema.  (Foto: Stefanie Loos/Reuters)Instalação do artista chinês Ai Weiwei usando coletes salva-vidas deixados por migrantes nas praias gregas nas colunas da sala de concertos Schauspielhaus, em Berlim, onde ocorre o 66ª Festival Internacional de Cinema. (Foto: Stefanie Loos/Reuters)

Homens trabalham neste sábado (13) para terminar a instalação do artista chinês Ai Weiwei que traz milhares de coletes salva-vidas deixados por imigrantes nas praias gregas. Os coletes estão sendo instalados nas colunas da sala de concertos Schauspielhaus, em Berlim, onde ocorre o 66ª Festival Internacional de Cinema.

Ai Weiwei usou cerca de 14 mil coletes salva-vidas descartados, que obteve das autoridades da ilha grega de Lesbos para o projeto memorial.

Na edição deste ano, a organização do Festival de Cinema de Berlim trata sobre a crise dos refugiados.

Dezoito filmes disputam o Urso de Ouro, o grande prêmio da Berlinale, que começou na quinta-feira (11) com a exibição, fora de competição, do filme mais recente dos irmãos Coen, "Ave, César!".

Dezenas de filmes nas diversas mostras da 66ª edição da Berlinale abordam os dramas das pessoas em fuga das guerras, opressão ou miséria.

A Alemanha vivencia na pele a crise dos refugiados do Oriente Médio, com a chegada em 2015 de mais de um milhão deles, o que provoca um grande debate na sociedade germânica.

O diretor do festival, Dieter Kosslick, defende uma concepção militante do evento ao recordar que "desde 1951, a Berlinale tem contribuído para promover a paz entre os povos e este ano não será exceção".

"Temos que confrontar a realidade que nos cerca e não apenas sorrir no tapete vermelho", completou Kosslick.

Pessoas fazem fila para comprar ingressos do Festival de Berlim (Foto: John MACDOUGALL/AFP)Pessoas fazem fila para comprar ingressos do Festival de Berlim (Foto: John MACDOUGALL/AFP)

Na disputa pelo Ursos de Ouro e Prata, que serão anunciados em 20 de fevereiro, o documentário "Fuocoammare" (Fogo no mar) do italiano Gianfranco Rosi apresenta o drama dos refugiados visto a partir da ilha de Lampedusa.

O festival também organizará iniciativas especialmente destinadas a ajudar os refugiados, incluindo arrecadação de fundos, convites para exibições e estágios nos sets de filmagem.

"Cartas de guerra", do português Ivo Ferreira, fala da guerra em Angola, enquanto "Smrt u Sarajevu" "(Morte em Sarajevo") é uma parábola política do bósnio Danis Tanovic.

Para aqueles dispostos a passar oito horas em uma sala de cinema, "Hele Sa Hiwagang Hapis" ("A Lullaby to the Sorrowful mystery", título internacional) do filipino Lav Diaz narra a emancipação de seu país do império colonial espanhol no século XIX.

"Soy Nero", do iraniano Rafi Pitts, uma co-produção França, Alemanha e México, conta a história de um imigrante sem documentos mexicano que se alista no exército dos Estados Unidos para adquirir a cidadania americana.

Kosslick disse que o "tema principal este ano é o direito à felicidade, o direito a um alojamento, ao amor e a escolher sua vida".

Também na mostra competitiva, o festival exibe o documentário "Zero Days", de Alex Gibney, sobre a guerra cibernética dos Estados Unidos e de Israel contra as ambições nucleares do Irã.

O Brasil será representado com três filmes na mostra Panorama: "Curumim", documentário de Marcos Prado, "Mae Só Há Uma" de Anna Muylaert, e "Antes o Tempo Não Acabava", de Sérgio Andrade e Fábio Baldo.

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