No segundo dia de julgamento de dois ex-militares acusados de matar dois moradores no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, cinco testemunhas de defesa foram ouvidas. O crime aconteceu em 2011.
Jason Ferreira Paschoalino e Jonas David Rosa são acusados de matar o técnico em enfermagem Renilson Veriano da Silva, de 39 anos, e o sobrinho dele, Jéferson Coelho da Silva, de 17 anos. Após quatro militares e um morador falarem no júri, as outras sete testemunhas de defesa foram dispensadas pelos advogados.
Um tenente da Rotam – o quarto a depor – afirmou que as vítimas tinham amizades com traficantes e tiravam vantagens por serem parentes de um militar. Os réus respondem por homicídio duplamente qualificado e por posse irregular de dois revólveres com numeração raspada, que, segundo a denúncia, eles colocaram no local do crime.
A promotoria afirma que Renildo foi assassinado “sem qualquer razão útil ou necessária” e que a morte de Jéferson, que era dançarino e auxiliar de padeiro, ocorreu para assegurar a impunidade do primeiro homicídio.
À época dos crimes, a Polícia Militar afirmou que cerca de 20 pessoas estariam vestidas com fardas no aglomerado e que, com a chegada da PM, teria começado um tiroteio. Moradores contestaram a versão policial. Após as mortes, a comunidade e policiais entraram em conflito e três ônibus foram incendiados.
O julgamento no Fórum Lafayette, na capital mineira, deve ser retomado na manhã desta quinta-feira (20) com o interrogatório dos réus.