O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, prometeu nesta quinta-feira (8) encontrar as mais de 200 meninas que foram sequestradas pelos rebeldes islamitas do Boko Haram há mais de 20 dias no país, e disse que o trabalho de resgate vai marcar o “começo do fim do terrorismo” na Nigéria.
Falando durante o Fórum Econômico Mundial para a África realizado em Abuja, capital do país, Jonathan agradeceu o apoio de países como EUA, Reino Unido, França e China pela oferta de ajuda no caso. As meninas foram sequestradas em uma escola no dia 14 de abril.
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“Como uma nação, estamos enfrentando um ataque terrorista. Acredito que o sequestro destas meninas será o início do fim do terrorismo na Nigéria”, disse o presidente.
Os Estados Unidos, a França, a China, o Canadá e o Reino Unido já anunciaram que estão à disposição do governo nigeriano para encontrar as jovens. Dentre as ações oferecidas, estão o envio de analistas e fornecimento de dados de satélite, afim de que se descubra para onde as meninas foram levadas.
A polícia da Nigéria ofereceu uma recompensa de 50 milhões de nairas (cerca de US$ 300 mil, ou R$ 669 mil) para quem fornecer informações factíveis sobre o paradeiro das garotas sequestradas.
Cúpula
A primeira sessão plenária da cúpula começou com um minuto de silêncio em apoio às famílias das adolescentes sequestradas.
Em relação ao fórum, Jonathan declarou que espera que seja uma mostra do potencial da Nigéria, convertida na primeira potência econômica da África.
Mas o "Davos africano" foi ofuscado pelos últimos ataques do Boko Haram, que, além de ter reivindicado o sequestro destas 276 adolescentes em Chibok, matou centenas de pessoas em ataques a outra cidade do nordeste do país.
Jonathan agradeceu aos mais de 1 mil delegados que viajaram em representação de 70 países à capital federal nigeriana, muito vigiada após os dois atentados que deixaram mais de 90 mortos em menos de três semanas na saída da cidade.
"Vocês nos fornecem apoio para que vençamos a guerra que travamos contra o terrorismo", acrescentou.
"Se vocês tivessem se negado a vir por medo, o terrorismo teria vencido", acrescentou o presidente.
O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, que tomou a palavra antes de Jonathan, declarou que Pequim apoiará economicamente a África, sem nenhuma contrapartida.
Grupo extremista
O Boko Haram, que significa em língua local "a educação não islâmica é pecado", luta para impor a "sharia" (lei islâmica) na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul.
Desde que a polícia matou em 2009 o líder do Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que deixou mais de três mil mortos.
Com 170 milhões de habitantes integrados em mais de 200 grupos tribais, a Nigéria, o país mais populoso da África, sofre múltiplas tensões por suas profundas diferenças políticas, religiosas e territoriais.