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Vasco deve cobrar cerca de R$ 2 milhões de ex-parceira, diz auditoria

Conselho Fiscal recomenda que próxima gestão entre na Justiça para reaver dinheiro dos cinco anos de contrato da Penalty, antiga fornecedora de material esportivo

Por Rio de Janeiro

reunião de Conselho Deliberativo do Vasco (Foto: Raphael Zarko)Conselho Deliberativo do Vasco se reuniu na noite da quinta-feira (Foto: Raphael Zarko)

A depender da efetiva cobrança judicial e dos desdobramentos do caso na Justiça, pode ficar para a próxima gestão uma cobrança que deve ajudar no alívio dos cofres vascaínos. Uma auditoria que era cobrada pelo Conselho Fiscal desde a primeira gestão de Roberto Dinamite encontrou um montante alto de falta de pagamentos da Penalty, antiga fornecedora de material esportivo do Vasco. Entre repasses de royalties, valores fixos mensais e outros quesitos, o Vasco tem a receber cerca de R$ 2 milhões da ex-parceira, que foi substituída pela Umbro no fim da gestão Dinamite.   

O assunto foi tratado na noite de quinta-feira na reunião de aprovação das contas de 2012 no Conselho Deliberativo. O diretor financeiro Jorge Almeida e o Conselho Fiscal receberam o relatório de auditoria da KPMG na tarde da própria sessão com os conselheiros do clube.   

Em mais de cinco anos de contrato, segundo o documento apresentado pela auditoria, o clube deixava de receber importantes somas de dinheiro. Segundo manifestação do membro do Conselho Fiscal João Amorim, o erro também foi da diretoria administrativa, que deixou de cobrar esses valores e demorou para contratar a auditoria. Para ele, a quantia deve até ultrapassar os R$ 2 milhões após cobrança judicial. Para isso, a próxima diretoria terá que notificar a Penalty e cobrar juros em cima dos valores atrasados.   

Somente nos dois primeiros anos de contrato, o Vasco deixou de receber quase R$ 1,5 milhão - pouco menos de R$ 500 mil em 2009 e quase R$ 1 milhão no ano seguinte. O relatório foi apresentado na reunião do Conselho Deliberativo, que teve um tom político e posicionamento favorável da maioria dos conselheiros pela aprovação das contas.

- Esse é um trabalho que fica de modelo para o clube. A gente tem tanto problema para conseguir dinheiro, então como pode deixar de fazer cobranças desse tamanho? Do Vasco ninguém deixa de cobrar nada. E cobra com juros evidentemente, o que a próxima gestão também deve fazer para conseguir de volta esses recursos para o clube. Isso fica acima de política do Vasco - disse, na reunião, João Amorim.

Membro do grupo de oposição Cruzada Vascaína - que apoia a chapa "Sempre Vasco", de Julio Brant, nas eleições de 11 de novembro -, Amorim também criticou o fechamento do acordo feito com a Umbro. Segundo ele, o Conselho Fiscal somente participou de algumas reuniões após muita insistência e, por fim, não viu o contrato assinado com a nova parceira do Vasco.

Em contato com a reportagem do GloboEsporte.com, o diretor geral do Vasco, Cristiano Koehler, rebate as informações do membro do Conselho Fiscal na ocasião da assinatura com a Umbro.

- Foi realizada reunião anterior à assinatura para apreciação de toda a diretoria do clube e o Conselho Fiscal. Há uma ata de reunião com o assunto detalhado. E o contrato foi aprovado e assinado, inclusive, pelo Conselho Fiscal - garantiu Koehler.