Edição do dia 09/09/2013

09/09/2013 21h47 - Atualizado em 09/09/2013 21h47

Governo sírio considera positiva proposta de entregar armas químicas

Ministro russo de Relações Exteriores, Sergey Lavrov, apresentou a ideia ao ministro das Relações Exteriores da Síria, que está em Moscou.

No dia em que o Congresso americano se reuniu para analisar a proposta de ataque à Síria, uma declaração do secretário de estado John Kerry provocou intenso debate. E abriu as portas para que a Síria negocie a entrega do estoque de armas químicas.

A afirmação do secretário de estado americano em Londres foi surpreendente. Perguntado sobre o que o presidente sírio Bashar al-Assad poderia fazer para evitar um ataque americano, John Kerry afirmou: "Ele poderia entregar todas as armas químicas à comunidade internacional em uma semana, mas ele não vai fazer isso."

Logo depois, o Departamento de Estado esclareceu que esta não era uma proposta real ao governo sírio. Mas as palavras de Kerry ganharam força.

Em poucas horas, o ministro russo de Relações Exteriores, Sergey Lavrov, apresentou a ideia ao ministro das Relações Exteriores da Síria, que está em Moscou. Walid al-Mohallen afirmou que a proposta é positiva.

A Inglaterra, a Alemanha e a França declararam apoio, mas os franceses querem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU e que haja punições em caso de descumprimento.

O secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, elogiou a iniciativa e disse que já pretendia apresentar ao Conselho de Segurança uma proposta para transferir as armas químicas da Síria para um local onde possam ser destruídas com segurança.

A Casa Branca avisou que vai avaliar com cuidado a proposta.

“Infelizmente, com base no histórico de Bashar al-Assad, não temos muita confiança de que isso vai acontecer", afirmou o conselheiro de Segurança Nacional Antony Blinken.

Enquanto o mundo debate uma alternativa diplomática para evitar um ataque militar à Síria, sírios radicados nos Estados Unidos fizeram um protesto em frente ao Congresso americano. Os cartazes eram claros: votem por um ataque. Tirem Assad do poder.

Um senhor, que nasceu em Damasco, lembra que as bombas de Assad matam civis sírios há dois anos e meio. Os parlamentares devem decidir essa semana se apoiam ou não uma ação militar americana. Mas nem para esses manifestantes nem para a Casa Branca vai ser fácil influenciar o Congresso. Tanto no Senado quanto na Câmara, a maioria, nesse momento, é contra um ataque.

Na Câmara, o quadro é o mais difícil para o presidente Obama. São precisos 218 votos para garantir a autorização ao ataque. Ao todo, 25 deputados declararam que são a favor. Só que um número muitas vezes maior, quase 230 deputados, ou já disseram abertamente que se opõem à ação militar ou dizem que devem votar contra.

Em uma entrevista à rede de TV CBS, o presidente sírio Bashar al-Assad afirmou que se os Estados Unidos atacarem o país haverá represálias - possivelmente contra alvos americanos no Oriente Médio.