31/10/2014 20h45 - Atualizado em 01/11/2014 08h39

Indústria têxtil demite 4 mil na região de Americana, afirma sindicato

'Parei máquina para continuar produzindo', conta empresária.
Para categoria, um dos motivos seria o alto custo dos impostos.

Do G1 Campinas e Região

A indústria têxtil demitiu quatro mil funcionários na região de Americana (SP) nos últimos dois anos, segundo sindicato da categoria. Em 20 anos, duas de cada três fábricas fecharam e quem resistiu, se viu obrigado a parar algumas máquinas para enfrentar a crise que atinge o setor.

É o caso da empresária Karina Guilherme, que precisou desligar duas das 16 máquinas que tem na produção para continuar no mercado. “Em outras épocas teria vendido 50% a mais. Parei para continuar produzindo e ver até quando a gente aguenta”, conta.

Segundo o Sindicato das Indústrias de Tecelagens de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara D'Oeste e Sumaré(Sinditec), só nos últimos dois anos foram demitidos 14 mil trabalhadores em todo o país. Destes 4 mil eram funcionários de fábricas da região.

O ténico em mecatrônica Ricardo Cardoso foi atingido pelas demissões no setor. “Metade dos funcionários foi demitido. Isso significa 200 funcionários demitidos só durante esse mês”, conta.

Empresário fecha tecelagem após 25 anos (Foto: Reprodução/ EPTV)Crise faz empresário fechar tecelagem após 25
anos (Foto: Reprodução/ EPTV)

Para o presidente do sindicato, Dilézio Ciamarro, na região há muito para ser feito. Segundo ele, o Plano Brasil Maior, do governo federal, que desonerou a folha de pagamento foi bem-vindo, mas está longe de atacar a crise. “Você paga de imposto aqui até 59% na cadeia. E quando você importa, você paga metade. Além de impostos, tem a questão de salário e encargos trabalhistas”, explica.

O empresário Rubens da Silva não resistiu à crise e fechou uma tecelagem depois de 25 anos. Ele mandou 200 trabalhadores embora e mudou para o ramo imobiliário. “Dou graças a Deus pelo chinês não exportar terreno”, pontua.

 

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