A indústria têxtil demitiu quatro mil funcionários na região de Americana (SP) nos últimos dois anos, segundo sindicato da categoria. Em 20 anos, duas de cada três fábricas fecharam e quem resistiu, se viu obrigado a parar algumas máquinas para enfrentar a crise que atinge o setor.
É o caso da empresária Karina Guilherme, que precisou desligar duas das 16 máquinas que tem na produção para continuar no mercado. “Em outras épocas teria vendido 50% a mais. Parei para continuar produzindo e ver até quando a gente aguenta”, conta.
Segundo o Sindicato das Indústrias de Tecelagens de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara D'Oeste e Sumaré(Sinditec), só nos últimos dois anos foram demitidos 14 mil trabalhadores em todo o país. Destes 4 mil eram funcionários de fábricas da região.
O ténico em mecatrônica Ricardo Cardoso foi atingido pelas demissões no setor. “Metade dos funcionários foi demitido. Isso significa 200 funcionários demitidos só durante esse mês”, conta.
anos (Foto: Reprodução/ EPTV)
Para o presidente do sindicato, Dilézio Ciamarro, na região há muito para ser feito. Segundo ele, o Plano Brasil Maior, do governo federal, que desonerou a folha de pagamento foi bem-vindo, mas está longe de atacar a crise. “Você paga de imposto aqui até 59% na cadeia. E quando você importa, você paga metade. Além de impostos, tem a questão de salário e encargos trabalhistas”, explica.
O empresário Rubens da Silva não resistiu à crise e fechou uma tecelagem depois de 25 anos. Ele mandou 200 trabalhadores embora e mudou para o ramo imobiliário. “Dou graças a Deus pelo chinês não exportar terreno”, pontua.