Fernando de Noronha é conhecida pelas belezas naturais, trilhas com paisagens exuberantes, pela prática do surf e pelos mergulhos com golfinhos e tartarugas nas águas claras do arquipélago. Agora imagine ser escalado para participar de um campeonato de futebol no meio da sua principal ilha e ainda se deparar com a atriz Bruna Marquezine desfilando na praia... Imaginou? Pois bem, esses convidados de honra são árbitros potiguares, que, até o final de novembro, vão se revezar com profissionais de Pernambuco para fazer o "sacrifício" de viajar para um dos lugares mais bonitos do país. O trabalho dentro de campo vem atrelado à viagem, hospedagem e alimentação por quatro dias, incluindo uns dias de folga para fazer os passeios e conhecer a famosa ilha. Toda a despesa, que pode chegar a R$ 4.000, é paga pela Liga Noronhense de Futebol. O torneio já tem o apoio da Federação Pernambucana há cinco anos e, em 2014, ganhou a parceria da Federação Norte-rio-grandense de Futebol, através da Comissão Estadual de Arbitragem da FNF.
Foto feita pelo árbitro Suelson Diógenes durante estada em Noronha (Foto: Suelson Diógenes/Arquivo pessoal)Ricardo
Albuquerque, presidente da Comissão de Arbitragem da FNF, esclarece que a preferência é dada aos árbitros da
CBF pertencentes à federação, mas que escala o profissional que estiver
disponível na rodada.
- É um prêmio para o árbitro ser escalado para apitar lá. Afinal não é
todo mundo que tem condições de viajar para Fernando de Noronha. E toda a
despesa é paga pela Liga Noronhense de Futebol: transporte,
alimentação, hospedagem e também um passeio para conhecer a ilha. Eles
apitam jogo na sexta e no sábado, e no domingo e na segunda
eles ficam livres para fazer o tour pela ilha, mergulhar e
aproveitar o lugar antes de voltar para casa - explica.
O árbitro potiguar Suelson Diógenes de França Medeiros apitou duas partidas da Liga e não poupa elogios à primeira visita a Fernando de Noronha. Ele conta que teve dois dias de folga e, dessa vez, conseguiu conciliar muito bem uma viagem a trabalho com um pouco de diversão. Em meio a mergulhos e passeios de barco, o árbitro teve a sorte de encontrar a atriz Bruna Marquezine em uma das praias da ilha e brinca ao falar do momento da foto.
Árbitro Suelson Diógenes encontra a atriz Bruna Marquezine na Baía do Sueste (Foto: Suelson Diógenes/Arquivo pessoal)- Encontrei a Bruna Marquezine na praia da Baía do Sueste, numa área bem
preservada onde os visitantes podem fazer mergulhos e ficar bem perto
das tartarugas marinhas. Ela (Bruna) estava na ilha para fazer umas
fotos com o pessoal do Projeto Tamar. Nos encontramos e, além de fazer a foto juntos, tiramos
foto um do outro - brinca o árbitro.
Outro potiguar que já esteve na ilha foi Emanoel Eduardo Marinho, que participou da Liga ainda na quarta rodada da competição. No total, serão 14 rodadas, além das semifinais e finais. O juiz, que também visitou a ilha pela primeira vez, disse que espera voltar logo ao que chamou de "paraíso" para comandar outros jogos do campeonato até o fim do ano.
- Sem comentários, né? Foi excelente trabalhar em um paraíso como
aquele. Quem nunca foi fica deslumbrado com o lugar. Além disso, o campeonato tem um nível elevado. Eu tive todo o apoio da Comissão de Arbitragem do Rio Grande do Norte na viagem e espero que até dezembro tenham outras idas à ilha - comentou.
No verão, gramado do campo sofre com a falta de água (Foto: Suelson Diógenes/Arquivo pessoal)Apesar do bom nível dos times apontado pelos árbitros, o campo fica um pouco a desejar. Sem vestiários, arquibancadas e alambrados, o gramado sofre com a escassez de água durante o verão.
- O campo lá é mais humilde, sem arquibancadas, alambrado e vestiários
para os atletas. E o gramado está com a grama ressecada. No verão, a ilha
tem limitações no uso de água para cuidar do gramado o tempo todo e o
campo fica mais sofrido mesmo. Durante o inverno, já vi em fotos, o
gramado fica bem melhor - conta Suelson.
O arquipélago de Fernando de Noronha é formado por 21 ilhas, numa extensão de 26 km². A área pertence ao estado de Pernambuco desde 1988, quando o governo brasileiro designou cerca de 70% do arquipélago como parque nacional marítimo. O então território nacional foi dissolvido e adicionado ao estado pernambucano, com exceção do Atol das Rocas, anexado ao Rio Grande do Norte.
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