22/07/2014 19h36 - Atualizado em 23/07/2014 08h46

Ligação entre manifestantes do Rio e depredação de ônibus é investigada

Novo inquérito vai ser aberto para saber como protestos foram financiados.
Dezoito acusados de atos violentos permanecem foragidos.

Do G1 Rio

Janela de ônibus da Viação Jabour foi quebrada na garagem da empresa (Foto: Daniel Silveira/G1)Ônibus depredado durante paralisação de rodoviários em maio (Foto: Daniel Silveira/G1)

 A polícia investiga se os manifestantes acusados de chefiar protestos violentos também participaram da depredação de ônibus, durante a paralisação dos rodoviários em maio, como mostrou o RJTV nesta terça-feira (22). Também foi aberto um segundo inquérito para saber como os protestos violentos foram financiados.

Dezoito acusados de organizar atos violentos em manifestações continuam foragidos. Nesta terça-feira (22), a polícia fez novas buscas. Entre os cinco presos, Elisa de Quadros, conhecida como Sininho, é apontada como uma das líderes dos atos violentos. A polícia suspeita que ela tenha ligação com os ataques e destruição de ônibus durante a greve dos rodoviários.

Segundo os investigadores, imagens que fazem parte do inquérito e mostram as anotações feitas por Elisa numa agenda. Em duas páginas, há o endereço de doze empresas de ônibus. Três foram atacadas.

Durante a paralisação, mais de 500 ônibus foram quebrados. A polícia investiga se isso aconteceu por suposta orientação dos manifestantes. Segundo a investigação, foram publicados numa página da internet, por exemplo, os locais das garagens de empresas de ônibus onde os protestos deveriam ocorrer, bem como onde os coletivos deveriam ser destruídos.

O Jornal Nacional revelou ainda uma outra escuta telefônica, feita pela Polícia Civil, entre Elisa de Quadros e uma pessoa não denunciada pelo Ministério Público identificada apenas como Mônica. Na conversa, Mônica fala que vai pegar quentinhas no Sindicato dos Petroleiros (Sindpetro) e Sindicato dos Profissionais de Educação (Sepe), com um homem identificado como Doug. Em nota, o Sepe afirma que não conhece ninguém com este nome.

Mônica - Tô saindo de casa agora, vou aqui no coisa, ver se eu consigo a quentinha no Sepe, através do Doug. Vou pedir pro Doug conseguir uma quentinha pra mim e vou pedir pra alguém lá do Sindpetro conseguir umas 100 quentinhas e o Doug umas 100.

Elisa - Tá bom.

Segundo inquérito
A Polícia Civil do Rio abriu um segundo inquérito para investigar de onde veio o dinheiro que financiou os atos violentos. No primeiro inquérito, que já foi concluído, a corporação cita indícios de que o dinheiro pode ter sido desviado de sindicatos e movimentos sociais.

O relatório cita a Federação Internacionalista dos Sem-teto (Fist) e o Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro). Segundo a polícia, o representante da Fist e Sindpetro nos protestos é Jair Seixas Rodrigues, conhecido como "Baiano", que recebe dinheiro da Fist para ser agitador (por isso utiliza megafone para incitar manifestantes), bem como e para mobilizar pessoas, geralmente, usuários de crack e punks para invadir e ocupar prédios.

Edison Munhoz, diretor do Sindpetro, disse que o sindicato é contra qualquer ato violento, não dá apoio, não financia e não participa de nenhum ato que leve à violência. O Sindipetro nega que Jair Seixas Rodrigues, faça parte do Sindipetro.

O relatório também cita Filipe Proença de Carvalho Moraes, conhecido como "Ratão", que seria integrante do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe). Testemunhas ouvidas pela polícia disseram que ele organizou o protesto violento do dia 28 de junho.

Em nota, o Sepe disse que ele não faz parte da direção da entidade que o sindicato nunca apoiou atos violentos nem a dilapidação do patrimônio público ou privado.

Os sindicatos também disseram que não foram comunicados até agora sobre nenhuma investigação da polícia. O advogado Marino D’Icaraí, que defende Elisa Quadros e outros 14 acusados, disse que não tem como responder nenhuma acusação porque ainda não teve acesso a uma cópia do processo.

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