Economia

Dilma considera normal apoio técnico do FMI a fundo do Brics

Presidente pediu que entidade redistribua cotas para dar maior peso a países em desenvolvimento

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff considerou normal a carta da presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, oferecendo apoio da instituição à criação do fundo BRICS, do qual fazem parte Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

- O nosso acordo contingencial de reservas e o nosso banco de desenvolvimento dos Brics não era contra ninguém e nós não abriríamos todo o direito que nós temos sobre o FMI porque não temos que abrir mão.

Dilma aproveitou a entrevista, porém, para insistir em um pedido brasileiro para redistribuição das cotas do FMI, com maior peso para países em desenvolvimento.

- Somos cotistas, queremos uma mudança na distribuição de cotas, queremos que o FMI como uma instituição do sistema.

Dilma Rousseff recebeu hoje uma carta de Christine Lagarde, a parabenizando pela realização da VI reunião dos Brics e pela criação do fundo de contingenciamento de reservas, fechado durante o encontro. Ela ofereceu a ajuda do FMI no projeto.

"Gostaria de transmitir-lhe minhas felicitações pela realização da bem-sucedida reunião dos líderes dos BRICS em Fortaleza e, em especial, pelo estabelecimento do Arranjo Contingente de Reservas, anunciado na reunião", diz o texto da francesa.

"O staff do FMI terá grande satisfação de trabalhar com a equipe dos BRICSresponsável por este projeto, com vistas a reforçar a cooperação entre todas as partes integrantes da rede internacional de segurança destinada a preservar a estabilidade financeira no mundo", afirma Lagarde, pontuando ainda que pretende fortalecer a cooperação da instituição com os Brics. Ela não citou a decisão dos Brics de criar um banco.

Em suas declarações durante a reunião dos Brics, Dilma e outros chefes de Estado criticaram o FMI, defendendo a diversificação das instituições financeiras e o fortalecimento de um mundo multipolar. Ontem Dilma celebrou o fato de o FMI não mais controlar a política econômica brasileira e de o país não depender mais do fundo.