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Abiec considera que regras de importação impostas pela União Europeia são discriminatórias (Foto: Ed. Globo)

O diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio, voltou a defender uma ação do governo brasileiro junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) para questionar a União Europeia (UE) pelas restrições impostas às exportações de carne bovina do País.

Segundo ele, uma possível ação do País questionaria as regras sanitárias rígidas do bloco europeu para a importação de carne brasileira, consideradas discriminatórias pela indústria. Entre as restrições, a UE impõe a chamada Lista Trace, que define as fazendas habilitadas pelo bloco a exportar. Essa lista já teve 15 mil propriedades e tem atualmente 1,6 mil.

A Abiec critica, ainda, o fato de propriedades em áreas habilitadas pela UE para a exportação terem de passar por uma nova habilitação para o comércio. "Isso só existe para o Brasil no comércio mundial de carne, o que é discriminação. No ano passado, o órgão responsável pela sanidade da Comissão Europeia, sinalizou uma flexibilização, mas até agora nada", disse Sampaio, durante o Encontro de Confinamento da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto. "Alguma coisa tem de ser feito este ano", completou.

A União Europeia foi o terceiro maior mercado de destino da carne bovina brasileira em 2013, com US$ 870 milhões movimentados, um pouco à frente da Venezuela, com US$ 844,37 milhões, e bem atrás de Hong Kong, com US$ 1,44 bilhão, e Rússia, com US$ 1,22 bilhão. No encontro, o executivo ratificou que as exportações brasileiras de carne bovina deverão atingir US$ 8 bilhões em 2014, alta de 21% ante os US$ 6,6 bilhões de 2013. Em volume, as exportações devem movimentar 1,8 milhão de toneladas este ano.

O primeiro trimestre já registrou recorde de 382 mil toneladas exportadas, volume 19% superior em relação aos três primeiros meses de 2013. O faturamento cresceu 14,7%, entre os períodos, de US$ 1,440 bilhão em 2013 para US$ 1,652 bilhão neste ano. "A nossa expectativa é que Hong Kong siga crescendo, pois é porta de entrada para China e outros países asiáticos, e que o Irã, cuja alta no primeiro trimestre superou 400%, siga firme, pois há menos sanções e mais companhias de navegação dispostas a operar lá", concluiu.